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Coronavírus: cuidados com a saúde bucal em tempos de Covid-19

Publicada em 17/06/2020, às 07h18

Por Milene Miguel, com edição de Matheus Thebaldi


  • Saúde e bem-estar

Carlos Antolini
Atendimento em Unidade de Saúde
Casos de emergência odontológica continuam com atendimentos na rede municipal

Em tempo de pandemia, a rápida transmissão do coronavírus se tornou uma realidade, e o melhor tratamento é a prevenção. Por isso, profissionais de saúde bucal da Secretaria Municipal de Saúde (Semus) elaboraram uma série de recomendações para que a população tenha mais informações para conter a disseminação do vírus a partir dos cuidados com a boca.

Por conta das recomendações de isolamento social, só se deve buscar atendimento odontológico em caso de urgência ou emergência.

A cavidade oral é a principal fonte emissora de gotículas, maior região receptora de vírus proveniente do contato, além de ser reservatório para esses microrganismos.

A higiene bucal diária é essencial para evitar o aparecimento de cáries, gengivite (sangramento gengival) e mau hálito, além de problemas mais graves. Deve ser realizada com escova de cerdas macias e creme dental com flúor, e a limpeza entre os dentes requer o uso do fio dental.

Atendimentos

Segundo a referência técnica de Saúde Bucal, Simone Tinelli de Lima, o adiamento dos procedimentos eletivos foi necessário devido à propagação da Covid-19.  

"Os casos de emergência odontológica continuam com atendimentos. Estes são aqueles que expõem o paciente a potencial risco de morte, como sangramentos não controlados, traumatismos dentais ou que envolvem os ossos da face, comprometimento das vias aéreas superiores, dores que não passam com analgésico, fraturas dentais, entre outros. Já foram adotados diversos protocolos na rede básica de atenção à saúde que permitem atender os pacientes nas condições acima, dentro dos princípios da biossegurança".

Cuidados com a higiene bucal que ajudam a combater o coronavírus

1) Lavar as mãos antes de realizar a escovação dental, evitando que os itens de higiene pessoal e a própria boca sejam contaminados.

2) Escovar os dentes, a língua e usar de fio dental após as refeições e antes de dormir. Higienizar a língua com a própria escova ou com raspador específico de língua, iniciar na sua parte mais posterior até sua ponta. Se houver alguém com suspeita de infecção pela Covid-19, recomenda-se individualizar o uso de creme dental, sabonete e toalhas de rosto. Após a escovação, lave a escova em água corrente, garantindo a remoção dos resíduos que sobram da escovação.

3) Trocar a escova de dentes regularmente (a cada dois ou três meses) e/ou assim que perceber sinais de desgaste das cerdas. Se você ou um familiar teve contato com o coronavírus, recomenda-se trocar a escova, isso ajuda a evitar a recontaminação.

4) Cuidar da sua escova após a escovação. O contato com a cavidade oral e/ou o ambiente quente e úmido do banheiro induz o acúmulo e desenvolvimento de micro-organismos nas cerdas das escovas. Deve-se levar em conta que uma porcentagem da população infectada é assintomática. Portanto, é recomendável realizar uma desinfecção correta das escovas dentais após a escovação. Recomenda-se borrifar álcool a 70% sobre toda superfície da escova (cabeça, cerdas e cabo) por 1 minuto. Depois, enxaguar abundantemente com água corrente, secar e guardar preferencialmente na posição vertical. Dessa forma, qualquer água restante irá drenar através do cabo da escova dental.

5) Armazenar corretamente a escova e não compartilhar. Recomenda-se guardar a escova em armário fechado ou outro recipiente com as cerdas voltadas para cima e prestar atenção com a proximidade do sanitário. Se possível, manter a distância pelo menos um metro do sanitário e do lavatório. Depois da lavagem das mãos ou da descarga do sanitário, as bactérias permanecem no ambiente e podem ser depositadas nas cerdas dos escovas. Lembrando que outra medida preventiva é sempre baixar a tampa do sanitário após o uso. Guardar a escova de dentes na gaveta não é o mais indicado, pois são lugares quentes e úmidos, que possibilitam a proliferação de bactérias. Evite deixar sua escova em contato com outras no mesmo recipiente, para evitar a transmissão de micro-organismos. Escovas dentais são de uso pessoal e intransferível.

6) Uso de enxaguatórios bucais – devem ser usados em situações específicas e após a avaliação do dentista. Além disso, é importante ressaltar que o uso do enxaguante bucal não substitui a escovação dentária. Nem todos produtos apresentam a mesma formulação, muitos podem conter certa concentração de álcool, podendo causar ressecamento na mucosa bucal.

7) Usuários de próteses totais (dentaduras): Remova as próteses após as refeições e escove-as com sabonete líquido neutro, sabão de coco e escova dental (apenas para a prótese) após lavar em água corrente. Uma vez por semana colocar a prótese total em solução de hipoclorito de sódio com concentração de 2,0% a 2,5% (água sanitária de uso doméstico) na proporção de um copo de 300 ml de água para uma colher de sopa de hipoclorito de sódio. Deixe 15 minutos na solução e depois enxágüe abundantemente com água e escove com sabão líquido neutro ou sabão de coco. Antes de recolocar as próteses na boca, realizar bochecho com enxaguatório bucal que não contenha álcool para limpeza das gengivas.

Cuidados com as crianças

Em papel educativo, os pais devem apresentar aos filhos as medidas necessárias para a sua proteção e de quem está próximo. Para auxiliar esta atividade, o Ministério da saúde disponibiliza uma cartilha.

Os cuidados com a contaminação e higienização são bem semelhantes aos cuidados dedicados aos adultos.

Usar creme dental com flúor. Para crianças de zero até 3 anos, colocar na escova uma quantidade de creme compatível com um grão de arroz e, para crianças a partir de 3 anos, usar a medida de um grão de ervilha.


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