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Seminário vai discutir atenção a pessoa com doença falciforme no Espírito Santo

Publicada em 29/02/2012, às 14h05

Por Luana Amorim, com edição de Deyvison Longui


Imagem Internet
Gildásio Daltro, médico e professor da Universidade Federal da Bahia
O professor da Universidade Federal da Bahia, Gildásio Daltro, vai participar do seminário

Profissionais de saúde, da educação e do sistema judiciário se reúnem, nesta quinta-feira (1º) e sexta-feira (02), para discutir o atendimento aos pacientes com anemia falciforme.

O II Seminário de Atenção Integral a Pessoas com Doença Falciforme no Espírito Santo, promovido em parceria com o Ministério da Saúde, será no Hotel Radisson, a partir das 8h30.

Além de profissionais de diversos segmentos, o seminário vai reunir ainda integrantes do movimento social organizado e estudantes da área de saúde e da educação.

O objetivo é abrir espaço para o debate coletivo para definir ações de políticas públicas de atenção integral a pessoas com doença falciforme no Estado.

Programação

O evento terá conferências, mesas-redondas, apresentação de pesquisas e trabalhos em grupos. Diversos pesquisadores participarão dos debates, como os médicos do Ministério da Saúde, Joice Aragão de Jesus e Paulo Ivo Cortez Araújo; o professor da Universidade Federal da Bahia, Gildásio Daltro e José Válber Menezes; da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Marcos Borato Vianna; o representante da Federação Nacional das Associações de Doenças Falciformes, Altair Lira; e da Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia de Minas Gerais, Célia Maria Silva.

Doença falciforme

Imagem divulgação
Teste do Pezinho
O teste do pezinho proporciona a detecção precoce de hemoglobinopatias, como a anemia falciforme

Anemia falciforme é uma doença hereditária (passa dos pais para os filhos) caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice, daí o nome falciforme. Essas células têm sua membrana alterada e rompem-se mais facilmente, causando anemia.

A hemoglobina, que transporta o oxigênio e dá a cor aos glóbulos vermelhos, é essencial para a saúde de todos os órgãos do corpo. Essa condição é mais comum em indivíduos da raça negra.

No Brasil, representam cerca de 8% dos negros, mas devido a intensa miscigenação ocorrida no país, pode ser observada também em pessoas de raça branca ou parda.

Diagnóstico

A detecção é feita por meio do exame eletroforese de hemoglobina. O teste do pezinho, realizado gratuitamente antes do bebê receber alta da maternidade, proporciona a detecção precoce de hemoglobinopatias, como a anemia falciforme.

Sintomas

A anemia falciforme pode se manifestar de forma diferente em cada indivíduo. Uns têm apenas alguns sintomas leves, outros apresentam um ou mais sinais. Os sintomas geralmente aparecem na segunda metade do primeiro ano de vida da criança.

- Crise de dor: é o sintoma mais freqüente da doença falciforme causado pela obstrução de pequenos vasos sanguíneos pelos glóbulos vermelhos em forma de foice. A dor é mais frequente nos ossos e nas articulações, podendo, porém, atingir qualquer parte do corpo. Essas crises têm duração variável e podem ocorrer várias vezes ao ano. Geralmente são associadas ao tempo frio, infecções, período pré-menstrual, problemas emocionais, gravidez ou desidratação;

- Icterícia (cor amarela nos olhos e pele): é o sinal mais frequente da doença. O quadro não é contagioso e não deve ser confundido com hepatite. Quando o glóbulo vermelho se rompe, aparece um pigmento amarelo no sangue que se chama bilirrubina, fazendo com que o branco dos olhos e a pele fiquem amarelos;

- Síndrome mão-pé: nas crianças pequenas as crises de dor podem ocorrer nos pequenos vasos sanguíneos das mãos e dos pés, causando inchaço, dor e vermelhidão no local;

- Infecções: as pessoas com doença falciforme têm maior propensão a infecções e, principalmente as crianças, podem ter mais pneumonias e meningites. Por isso elas devem receber vacinas especiais para prevenir estas complicações. Ao primeiro sinal de febre deve-se procurar o hospital onde é feito o acompanhamento da doença. Isso certamente fará com que a infecção seja controlada com mais facilidade;

- Úlcera (ferida) de perna: ocorre mais frequentemente próximo aos tornozelos, a partir da adolescência. As úlceras podem levar anos para a cicatrização completa, se não forem bem cuidadas no início do seu aparecimento. Para prevenir o aparecimento das úlceras, os pacientes devem usar meias grossas e sapatos;

- Sequestro do sangue no baço: Em crianças com anemia falciforme, o baço pode aumentar rapidamente por sequestrar todo o sangue e isso pode levar rapidamente à morte por falta de sangue para os outros órgãos, como o cérebro e o coração. É uma complicação da doença que envolve risco de vida e exige tratamento emergencial.


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