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Projeto educacional traz encantamento e promove inclusão para estudantes
Publicada em 18/05/2023, às 17h30 | Atualizada em 24/05/2023, às 11h27
Por Luis Oliveira (luffoliveiraeira$4h064+pref.seme.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes
O projeto "Mãos que contam e encantam", desenvolvido com cerca de 60 estudantes do 2º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Ceciliano Abel de Almeida, em Itararé, tem feito a diferença para tornar a comunidade escolar mais inclusiva. A proposta do projeto é introduzir a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) no cotidiano escolar de forma lúdica e prazerosa, o que tem sido alcançado de modo articulado e efetivo.
As atividades fomentam a interação entre todos os pares, numa perspectiva inclusiva, tornando o ambiente escolar mais saudável e agradável. Além disso, a iniciativa surgiu a partir de um encantamento dos próprios estudantes com a língua, uma vez que as turmas têm quatro estudantes surdos atendidos pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Tudo começou em uma atividade de contação de história do livro "A cesta de dona Maricota", da autora Tatiana Belinky. A história foi traduzida em Libras, e os estudantes ouvintes demonstraram curiosidade e interesse pela língua, sendo este o ponto inicial para a realização de uma oficina de Libras, em que foram ensinados alguns sinais e também uma música.
A equipe pedagógica logo percebeu como a atividade impactou positivamente os estudantes. Os profissionais ficaram encantados com o interesse dos educandos e destacam o envolvimento efetivo das turmas.
"Foi boa a apresentação da história, pois as crianças aprenderam vários sinais em Libras", destacou o professor de libras Davi Oliveira Queiroz.
"As crianças ficaram encantadas com o fato de o professor surdo contar história, ficaram muito atentas à contação. Hoje já vieram algumas me mostrar como é maçã em Libras, fica evidente o interesse delas pela língua de sinais", afirmou a professora Jéssica Correa.
Alimentação saudável
O envolvimento dos estudantes com a proposta também potencializa a aprendizagem, pois a turma acaba se envolvendo ainda mais com a história, refletindo sobre o que podem aprender com os contos infantis. Nesse caso, o livro foi de suma importância para introduzir e despertar nas turmas a importância da alimentação balanceada e saudável.
"É prazeroso trabalhar com contos, interpretá-los, conhecer a fantasia e o mistério que se esconde em cada história, se reconhecer em cada leitura e aprender sobre valores e princípios que podemos trazer e aplicar em nossas vidas. Através do conto, o professor pode despertar nos estudantes o prazer pela leitura, produção de texto, escrita, da ilustração, além de desenvolver a imaginação e criatividade das crianças, oportunizando a interpretação textual", pontuaram as professoras Jéssica de Oliveira Fernandes Juliani e Suzane Alves Barbosa.
Em sala de aula, estão sendo trabalhados conteúdos como: alfabética; separação de sílabas; formação de palavras a partir de símbolos; interpretação de texto; gráficos da fruta predileta da turma e adição e subtração usando as frutas como exemplos. A dinâmica foi bem recebida pelas turmas e os estudantes têm gostado muito das atividades diversificadas.
"Eu achei muito legal, porque é engraçado e me deu até vontade de comer as frutas e eu ainda aprendi as Libras", disse a estudante Catarina Romualdo Capaz, do 2º ano B.
"Foi muito bom aprender as frutas e os nomes das frutas e legumes em Libras, o que mais gostei foi a dancinha no final", destacou a estudante Laís Diogo dos Santos, do 2º ano A.
O projeto prevê ainda a construção de uma horta coletiva, em que os estudantes terão a experiência de dividir responsabilidades no cuidado com a horta, acompanhar o crescimento dos legumes e vegetais diariamente, além de incentivar a alimentação saudável sem agrotóxicos e conservantes.
"Percebi que o projeto conseguiu alcançar a atenção das crianças, pois está promovendo mudanças significativas nos hábitos alimentares das mesmas, percebi essa mudança na hora do desjejum, pois sempre é uma fruta, e algumas apresentavam resistência em comer", afirmou a pedagoga Ana Paula Ribeiro dos Santos Sarti.