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O canto tupi yorubá da Império de Fátima fechou a segunda noite de desfiles

Publicada em 09/04/2022, às 06h25 | Atualizada em 09/04/2022, às 06h29

Por Brunella França, com edição de Matheus Thebaldi


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Império de Fátima
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O dia já estava raiando no Sambão do Povo quando a Império de Fátima, agremiação de Serra, encerrou a segunda noite de desfile no Carnaval de Vitória, com a voz potente do intérprete oficial da escola, Vlad Aks, cantando o enredo "Uma índia, um negro, diferentes crenças, costumes e rituais... Um conto Tupi Yorubá".

Para contar essa história, a comissão de carnaval formada por Edmundo Aylor, Sergio Anderson, Antônio Junior, Julio Cerqueira, Roni Jorge, Lucas Borges e Willians Silva levou referências diversas para a passarela do samba.

"A gente sempre mostra o nosso trabalho, o trabalho da nossa comunidade. A Império de Fátima vem para desfilar alegria e foi isso que nós fizemos aqui hoje", destacou o vice-presidente da agremiação, Antônio Carlos Lopes.

Sincretismo

Iniciando o cortejo da escola, o setor um veio trazendo os Donos da Terra. A comissão de frente, trabalho de coreografia de Anderson Alves, trouxe um tripé representando o baobá, árvore sagrada africana, enquanto os componentes vieram como "Guardiões da memória das matas", inspirados nos caboclos de Oxóssi.

A tarefa de defender o pavilhão da escola coube ao casal Wenderon Ricardo, mestre-sala, e Pricylla Pirola, porta-bandeira, representando os protagonistas da história: ele um verdadeiro rei africano e ela uma imponente índia.

Também no setor inicial da agremiação, a ala de baianas se vestiu de "Mães da Noite", tendo como referência dona Nair de Aguiar Rocha, moradora antiga do bairro, cuja história se entrelaça com a existência da Império de Fátima.

O abre-alas da Império, "Esplendor da Natureza", veio com muita imponência trazendo o símbolo da escola: o tigre, com a expectativa de rugir alto e abocanhar a vaga para o Grupo Especial em 2023.

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Meu Brasil brasileiro

No segundo setor, a Império levou para o Sambão do Povo as raízes, tradições e costumes brasileiros. A ala de passistas, à frente da bateria, trajava o "Ritual da Primvaera", referência indígena. Sindy Lopes, belíssima à frente da bateria, se apresentou como "Suprema Tigresa", simbolizando a raça de sua comunidade.

O mestre Genivaldo Monteiro orquestrou os 150 ritmistas vestidos de "Afoxé, filhos do Tigre". A bateria da Império de Fátima levou ao Sambão uma batida de caixa exclusiva, que levantou o público que permaneceu no Sambão até o final. "É sempre uma emoção muito grande estar junto com nosso mestre, é difícil até de explicar, mas estou muito feliz de estar de volta ao carnaval", comemorou Rodrigo Gomes, ritmista do surdo de segunda afinação.

A segunda alegoria, "Grande Engenho", fazia referência às grandes fazendas açucareiras, com direito a fazendeiro, sinhás, lampiões e esculturas de bois.

Encerramento

No terceiro setor, "A Miscigenação", a escola mostrou a chegada dos povos africanos ao território brasileiro e o encontro de culturas entre indígenas e negros. A bateria voltou à pista de desfile à frente da terceira alegoria, "O sol da Justiça", com uma composição de matriz afro-brasileira, e esculturas de Oxóssi, o caçador de uma flecha só, indicando a meta a ser alcançada pela escola: desfilar entre as agremiações do Grupo Especial ano que vem, e o rei Xangô anunciando o raiar de um novo dia.

Os "Amigos do Tigre" passaram por último e viram o portão fechar, encerrando com maestria a segunda noite de desfiles do Carnaval de Vitória.

Mais carnaval

Hoje à noite tem mais! Sete agremiações estarão na passarela do samba em busca do título de campeã do Carnaval de Vitória.

Ordem dos desfiles

Dia 09 (hoje): Grupo Especial

  • Jucutuquara: "O povo inteiro vai saber, é Jucutuquara que vem lá"
  • Imperatriz do Forte: "Em busca do 10"
  • Novo Império: "Santo Antônio, Olhai por nós"
  • Boa Vista: "O pássaro de fogo traz a boa nova... É tempo de amar!"
  • MUG: "O Leão em caravana traz ao palco da folia a imagem e a semelhança com um quê de fantasia"
  • Piedade: "Da riqueza do café, sua força e majestade"
  • Andaraí: "Mulembá"
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