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Exposição retrata trabalho infantil pelo olhar de pessoas em situação de rua

Publicada em 16/06/2025, às 00h00 | Atualizada em 16/06/2025, às 16h20

Por Rosa Blackman (rosa.adrianaeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes


Uma pesquisa inédita realizada pela equipe da Gerência de Proteção Especial de Alta Complexidade (GAC) da Secretaria de Assistência Social (Semas) de Vitória, que traça o perfil das pessoas em situação de rua no município, virou tema de uma exposição de desenhos. Com o título, "População em Situação de Rua e Trabalho Infantil: O que isso tem a ver?" a mostra traz a visão das pessoas em situação de rua que vivem nos espaços de acolhimento do município sobre a relação existente entre o período em que estavam em trabalho infantil e a atual condição que é de estar em situação de rua.

A exposição será aberta ao público nesta terça-feira (17), às 14 horas, no Instituto Fênix, localizado na Escadaria Acyr Guimarães, 33, Centro, Vitória. Participaram da produção dos trabalhos assistidos dos Acolhimentos Institucionais para População em Situação de Rua e dos Centros de Referência para Pessoa em Situação de Rua (Centro Pop) Centro e Continental, totalizando mais de 60 desenhos. A exposição pode ser vista somente no dia 17, das 14 às 17 horas. Na abertura, o público poderá participar de uma roda de conversa e assistir a batalha de rimas sobre a temática.

A gerente da GAC, Anacyrema Silva, idealizadora da pesquisa e da mostra explicou que essa é uma forma de mostrar para sociedade que a vinculação com as ruas, ocasionada pelo trabalho infantil, pode levar essa criança ou adolescente no futuro para uma situação de rua, pois o não lugar que emerge a partir da interrupção dos vínculos familiares é redimensionado nessa nova forma de vida concebível, ou seja, viver nas ruas, sendo esta uma alternativa que responde e dá sentido.

Anacyrema disse acreditar que desenhar pode ser uma poderosa forma de expressão para a população em situação de rua, sendo a arte, nesse contexto, uma ferramenta de voz, identidade e resistência. "Em meio ao silêncio social, à invisibilidade e ao abandono, o traço no papel se torna um grito silencioso. Por meio do desenho, essas pessoas conseguem dar forma aos sentimentos que, muitas vezes, são difíceis de verbalizar: a dor da rejeição, a saudade de um lar, o medo, mas também a esperança, os sonhos", destacou ela.

Para a secretária de Assistência Social de Vitória, Soraya Manato, a utilização das artes como ferramenta de inclusão e mais uma estratégica para que as pessoas em condição de rua superem esta situação é fantástica. "Há estudos que comprovam o poder as artes, do esporte, da educação e do lazer no auxílio à superação das vulnerabilidades", comentou Soraya.


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