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Escola da Vida faz café e ouve histórias de população de rua em Jardim da Penha

Publicada em 29/03/2019, às 13h54 | Atualizada em 30/03/2019, às 12h48

Por Paula M. Bourguignon, com edição de Matheus Thebaldi


Guiomedce Paixao
Das ruas para o mundo com café em jardim da penha
Escola da Vida promoveu um café da manhã para pessoas em situação de rua em Jardim da Penha
Guiomedce Paixao
Das ruas para o mundo com café em jardim da penha
Objetivo da ação foi buscar a aproximação com pessoas que vivem nas ruas e oferecer os serviços da rede Escola da Vida

Pessoas em situação de rua no território de Jardim da Penha compartilharam suas histórias e seus anseios em um café da manhã realizado em um imóvel do bairro, na manhã desta sexta-feira (29).

A equipe da Escola da Vida, em parceria com a Pastoral de Rua da Paróquia São Francisco de Assis e o projeto Girassóis, promoveu um momento de partilha e integração com os usuários. A proposta também foi levar e oferecer os serviços socioassistenciais para esse público.

Rosângela Cândido Nascimento Roseno, de 43 anos, sentiu na pele o que é viver na rua e contou o que vivenciou nessa caminhada. Ela falou também sobre como é cuidar de Pedro Gabriel, de 8 anos, filho de uma amiga das suas filhas. A mãe dele teve que deixá-lo por conta da guerra do tráfico.

"Pedro Gabriel é um filho. Quando tinha 6 meses, decidi cuidar dele pois sua mãe não tinha condições. Espero que ele não passe por essa condição de ficar na rua. Eu já sofri violência, agressões físicas, fome e frio. A rua não foi feita nem para um animal. É um lugar de sofrimento. Muitas pessoas têm preconceito e discriminação contra quem mora na rua. Hoje, posso mostrar para ele (Pedro Gabriel) como é realidade. Isso vai ajudá-lo a formar seu caráter".

Atualmente, Rosângela é coordenadora nacional do Movimento da Pessoa em Situação de Rua. Ela vive no alojamento de famílias em São Cristóvão. "O que mais desejo é ter a minha autonomia e ser protagonista da minha própria história. Quero ir para o aluguel social e ter meu emprego. Meu objetivo é gerenciar minha própria vida".

Guiomedce Paixao
Das ruas para o mundo com café em jardim da penha
Rosângela Cândido já viveu nas ruas e hoje cuida de Pedro Gabriel. Atualmente, busca a sua autonomia
Guiomedce Paixao
Das ruas para o mundo com café em jardim da penha
Davi Gonçalves de Oliveira contou que gostaria de voltar a trabalhar como guarda-vidas

Esperança

Davi Gonçalves de Oliveira, de 29 anos, espera se livrar do vício das drogas. "Tenho muito vontade de sair dessa situação, mas as drogas ainda me vencem. No futuro, gostaria de voltar a trabalhar como guarda-vidas em Guriri, em São Mateus. Preciso de uma oportunidade".

Há dois anos vivendo na rua, Johnatas Rosa, de 26 anos, mostrou interesse em mudar de vida. "Gostaria de qualquer oportunidade de trabalho. Se eu tivesse, iria mudar tudo".

Aproximação

Pensando em casos como o de Davi, a Escola da Vida decidiu abordar essas pessoas de uma forma mais humanizada. Para isso, promoveu o café da manhã em Jardim da Penha e na Praia do Suá, na última quarta (27). 

"Queremos criar uma primeira aproximação com as pessoas em situação de rua. Buscamos identificar seus sonhos e suas demandas para, depois, podermos ajudar", disse o gerente da Escola da Vida, Luiz Melo.

Guiomedce Paixao
Das ruas para o mundo com café em jardim da penha
Johnatas Rosa sonha conquistar um trabalho para poder mudar de vida
Guiomedce Paixao
Das ruas para o mundo com café em jardim da penha
"Buscamos identificar seus sonhos e suas demandas para, depois, podermos ajudar", disse Luiz Melo

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