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Mostra Cultural da Emef Paulo Roberto Vieira Gomes fala sobre diversidade
Publicada em 17/11/2023, às 16h00 | Atualizada em 17/11/2023, às 16h59
Por Juliana Rodrigues, com edição de Andreza Lopes
A Mostra Cultural da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Paulo Roberto Vieira Gomes, em São Benedito, realizada nesta sexta-feira (17), revelou todo empenho, dedicação e criatividade usados pelos estudantes nas atividades pedagógicas durante o ano letivo. O evento, marcado pela valorização da diversidade, reuniu trabalhos do 1º, 2º ano e 3º ano matutino em uma sala e do 1º, 3º, 4º e do 5º ano vespertino em outra. Ao longo do dia, as famílias puderam visitar a exposição e acompanhar de perto a evolução dos filhos na escola.
Para Jean Patrick Motta dos Santos, pai da Pietra, de 8 anos, acompanhar o crescimento e o desenvolvimento da filha é uma prioridade. "Eu quero estar presente em cada momento, poder participar das coisas que ela faz na escola, saber tudo o que ela está fazendo, e também quero ser uma boa companhia para ela, né, para ela sempre recordar lembranças boas do pai dela e da presença da gente aqui na escola", comentou.
Maísa Pereira da Costa, mãe da Ana Luiza, de 7 anos, aprendeu com a filha que a presença é mais significativa do que simplesmente dar presentes. Por isso, ela não perde os compromissos da escola. "Eu sou uma mãe que gosta de estar presente em tudo, então eu perco o que eu tiver que perder, mas eu quero vir, estar presente para acompanhar tudo o que ela fez durante o ano, e estar sempre presente na vida dela. Agora mesmo eu estou no momento de trabalho, mas pedi licença de uns 40 minutos para vir aqui estar com ela", disse.
A professora Alexsandra Pereira Massariol, professora do 2º ano B matutino, destaca a importância da Mostra para as crianças: "Essa Mostra é importante para valorizar o trabalho dos estudantes, a potencialidade que eles têm. Eu comecei trabalhando com eles algumas obras literárias, despertando a valorização da beleza negra, a culinária, a importância da língua, todas as palavrinhas de origem africana. Depois, trabalhei a localização deles no espaço, o Brasil, onde fica, o tamanho do país. Depois, parti para o Espírito Santo, trabalhando os pontos turísticos, principalmente na região da Grande Vitória. Também trabalhei a história do bairro São Benedito, por que é importante eles saberem onde eles estão, a história deles. E eles gostaram muito!", contou a educadora.
Segundo a diretora da escola, Sirlei Conceição Caetano Conopca, a proposta das duas salas de exposição revela nuances específicas do ensino matutino e vespertino. No turno matutino, a ênfase foi na diversidade e na evolução da leitura, especialmente para alunos do 1º ao 3º ano. O foco incluiu diversos gêneros literários, como receitas, livros, bulas, anúncios e charges, além de abordar questões da educação especial. Um dos destaques foi o projeto envolvendo girassóis, símbolo de pessoas com deficiências ocultas, como é o caso da surdez, do Transtorno do Espectro Autista (TEA), de algumas deficiências intelectuais, entre outras.
Por outro lado, no turno vespertino, a atenção se voltou mais para a parte curricular, explorando aspectos como as tradições e belezas do Espírito Santo, bem como questões ambientais, reciclagem e formas de viver melhor em harmonia com o meio ambiente. Houve, ainda, um enfoque lúdico na literatura, especialmente para os alunos do 1º ano, por meio de atividades como a "Caixa Surpresa de Leitura", que encoraja os estudantes a levarem livros para casa, para ler junto com suas famílias, fomentando o hábito da leitura e estimulando a produção de textos criativos a partir das histórias lidas.
A diretora explica que uma bolsa confeccionada pelos próprios alunos acompanhou o livro, junto com um símbolo de acolhimento: para as meninas, uma boneca representando a menina preta, e para os meninos, um urso branco, destacando a importância do respeito à diversidade. "A partir dessa interação, os estudantes retornam com o livro, recontam a história e, a partir disso, produzem palavras, frases e pequenos textos, conforme a evolução de cada um", explicou a gestora escolar.
Destacou-se também o cuidado em promover a valorização da cultura afro-brasileira, incentivando o reconhecimento e a valorização da identidade, especialmente para as crianças negras. Segundo a diretora da escola, foi feito um esforço para desconstruir estereótipos, oferecendo às crianças uma compreensão mais ampla de suas origens.
A exposição também contou com a colaboração da artista local Maria Cristina, que, junto com a professora de Arte Maria Raquel trabalhou os pontos turísticos de Vitória e explorou mandalas e outros elementos culturais.
"Essa Mostra é algo muito importante para essa comunidade que é tão desprovida de tanta coisa. Além de ser uma oportunidade para a valorização e o crescimento pessoal dos estudantes, é uma oportunidade de promover uma participação ativa e engajada das famílias na educação de suas crianças", comentou a diretora.
Na sessão vespertina, os estudantes tiveram a oportunidade de desfrutar uma degustação de moqueca, preparada pelas cozinheiras da escola, o que contribuiu para efetivar o conteúdo cultural ensinado em sala de aula. Uma experiência verdadeiramente deliciosa!