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Tradicional banda de congo da capital vai tocar pela primeira vez na Europa

Publicada em 10/05/2010, às 16h00

Por Vitor Lopes, com edição de Deyvison Longui

Com a colaboração de Brunella França


Elizabeth Nader
A Banda de Congo Amores da Lua
O congo capixaba da banda Amores da Lua será apresentado para a Comunidade Urbana de Dunkerque, na França

Filho do vendedor de panelas de barro João Barbosa Salles e da paneleira Ana Maria da Penha, mestre Reginaldo Salles, da tradicional Banda de Congo Amores da Lua, conta que está vivendo a maior emoção de sua vida. "Será minha primeira viagem para a Europa", afirma o músico de 86 anos, que embarca, nesta quarta (12), para a França.

Seu Reginaldo, como é conhecido, está ansioso e orgulhoso em poder apresentar o Congo do Espírito Santo para a Comunidade Urbana de Dunkerque, na França, no próximo dia 19, quando oito membros da Amores da Lua viajam integrando o Coletivo.Vix para o Batuke Musike em solo francês.

"Estamos nos preparando com muita alegria, muita vontade e com o pensamento de fazer bonito lá", afirma Reginaldo, que acredita ser esta uma das primeiras viagens de uma banda de congo para fora do Brasil.

Cria do bairro Goiabeiras, como ele mesmo diz, Seu Reginaldo lembra que, desde os 10 anos, foi conquistado pelo Congo. E lá se vão 76 anos dedicados a uma das manifestações capixabas mais tradicionais.

No repertório do show a ser realizado em Dunkerque, estão programadas toadas capixabas como "Congo velho aqui chegou"; "Iá, Iá você vai à Penha"; "Aonde está a baleia" e "Madalena". "Vamos tocar a Madalena original", faz questão de frisar. Essas canções fazem parte do acervo musical da Banda de Congo Amores da Lua, que já completou 65 anos de existência.

Tradição

O mestre da banda ensina que o Congo nasceu no Espírito Santo há mais de 300 anos. "É uma manifestação nossa. Aqui, os tambores são batidos com as mãos. E isso não é feito em nenhum outro estado brasileiro onde tem a congada", explica.

Elizabeth Nader
Banda Coletivo Vix
A banda Coletivo.Vix O Coletivo nasceu ano passado para as comemorações do Ano da França no Brasil

E sobre a mistura do Congo com outros ritmos e músicas, Seu Reginaldo afirma não ser contra. "Sou a favor da criatividade, da cultura. Mas sei que o meu papel é preservar a tradição passada pelos mestres, o Congo das toadas, as homenagens aos santos", sublinha.

O Coletivo.Vix

O Coletivo.Vix nasceu ano passado para as comemorações do Ano da França no Brasil. Na ocasião, o grupo tocou ao lado dos franceses do Yolk para mais de seis mil pessoas na Rua da Lama.

A banda é composta por Jully Victória (vocal), Fábio do Carmo (violão de 7 cordas), Fernando Duarte (bandolim), Roger Rocha (sax e flauta), Pequê (percussão), Rodrigo (percussão) e Glaydson Santos (cavaquinho), além de integrantes da histórica Banda de Congo Amores da Lua, uma das mais antigas de Vitória.

Canções como "Noites Cariocas", "Brasileirinho", "Garota de Ipanema", "Só Quero um Xodó" e "Mas que Nada" fazem parte do repertório


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