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Mucane recebe 12º Prêmio Bienal São Benedito neste sábado

Publicada em 24/05/2019, às 16h52

Por Leo Vais, com edição de Matheus Thebaldi


Elizabeth Nader
Museu do Negro Mucane
Dia no Mucane será de homenagens aos 484 anos de civilização dos povos Bantus no Estado

O Museu Capixaba do Negro “Verônica da Pas” (Mucane) recebe, neste sábado (25), a partir das 19 horas, o 12º Prêmio Bienal São Benedito 2017/2019. A premiação deste ano é em homenagem aos 484 anos de civilização dos povos "Bantus" no Estado.

O prêmio foi criado em 1990, como uma forma de valorização dos legados dos africanos e dos afrodescendentes capixabas e de homenagear seus grandes nomes e feitos na história do Espírito Santo.

O prêmio escolheu, em 2019, o dia 25 de maio como "Dia Mundial da África" para realizar a cerimônia e suas homenagens. A data foi instituída em 1963, quando foi criada a Organização de Unidade Africana (OUA), na Etiópia, com o objetivo de defender e emancipar o continente africano.

Em 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o dia 25 de maio como o Dia da África ou o Dia da Libertação da África. Em 2002, a OUA foi substituída pela União Africana, mas a celebração da data manteve-se.

O dia recorda a luta pela independência do continente africano contra a colonização europeia e contra o regime do Apartheid, assim como simboliza o desejo de um continente mais unido, organizado, desenvolvido e livre.

Povos Bantus no ES

A cultura Bantus chegou ao Espírito Santo no ano de 1535, com a primeira Alfândega Aduana capixaba, que se instalou em Vila Velha, primeira capital do Estado.

A força do legado dos povos Bantus no Espírito Santo está presente na congada, no Carnaval de Congo ou Baile de Congo para Nossa Senhora da Imaculada Conceição, o Cucumbi, o Lundu, o Jongo, o Baile dos Congos para São Benedito (Ticumbi), Capoeira, Escolas de Samba e principalmente, as Bandas de Congo.

Os sobrenomes das famílias Bantus no ES têm origem nos nomes de batismo dos Bantus Católicos na África dos séculos XV e XVI.

Premiados

Senhor Isaias Santana da Rocha - Família Santana 

Família da região de Matamba, que é terra da rainha D. Anna de Sousa Ngola Nzinga (Rainha Ginga de Angola, 1663-2018).

Ao batizar-se cristã, recebeu o nome católico de Anna de Sousa em homenagem a Santa Ana (Santana),  mãe de Maria Mãe de Jesus. As famílias oriundas de Matamba são reconhecidas nas terras capixabas como Família Santana.

Senhor Antenor dos Santos - Família dos Santos 

Região de Guiné-Bissau e Luanda. São as famílias responsáveis pelas Irmandades dos Santos Católicos dos Pretos na África, em Lisboa e no Brasil, como a de Nossa Senhora da Boa Morte, Nossa Senhora dos Rosários dos Homens Pretos, Nossa Senhora de Guadalupe, mais tarde denominada Nossa Senhora de Guadalupe, e São Benedito, no Convento de São Francisco.

A Família dos Santos continua esse trabalho no alto do morro da Fonte Grande, em Vitória.

Senhor Sebastião Bento - Família Bento

Região às margens do Rio Zaire ou Congo, região central da África. São famílias que, na África, tinham a bênção da autoridade e permissão da Igreja Católica para, em falta de sacerdote, fazer as celebrações. Hoje, é uns dos pilares de apoio para a Festa de São Benedito e a Folia de Reis em Goiabeiras.

Senhor Joaquin Beato (em memória) Família Beato

Localidade de Cabinda, reconhecida na África Católica pelas enormes fé e devoção a Santa Trindade Pai, Filho e o Espírito Santo, que tem no Pastor Joaquin Beato (em memória) um importante nome que prova que o povo Bantu no Espírito Santo não perdeu a sua identidade.

Escola de Samba Unidos da Piedade

A primeira escola de samba do Estado e uma das herdeiras da cultura Bantus.


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