Prefeitura de Vitória

"A vida é boa demais, é só saber viver. Estou andando, falando e respirando. Sem saúde não somos nada. O coração da gente tem que estar aberto toda hora para todos e para tudo. Só o amor constrói". Essas são declarações de Maria de Lourdes Coelho, de 71 anos, mais conhecida como "Lurdinha", que completa em junho 33 anos de Prefeitura de Vitória.

Atualmente, Lurdinha está lotada na Gerência Administrativa da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), mas se lembra de sua trajetória na administração municipal:

"Já vivenciei vários acontecimentos aqui. Chego a ficar emocionada. Iniciei quando o prefeito era Hermes Laranja, em 17 de junho de 1986. Criei meus filhos trabalhando na Prefeitura e no internato em Vila Velha. Logo que inaugurou o Albergue de Migrantes, fui cozinheira. Também já trabalhei na maquina de cópia e encadernação dos Centros de Referência em Assistência Social (Cras). Também estive na Agência de Trabalho para os menores de idade, na qual os encaminhávamos para as empresas".

Ela destaca a importância de continuar trabalhando: "Para mim significa felicidade e saúde. Isso para mim é minha vida. Eu amo trabalhar e amo estar com meus colegas de trabalho todos os dias".

Família

"Sou uma pessoa que fui criada sem família, na casa dos outros. Deus me deu a honra de poder construir minha família. Me casei e separei com meus três filhos ainda pequenos. Hoje, o Jorge está com 48 anos, Renato, com 46, e a Kelly, com 41. Todos estão casados. Tenho seis netos e quatro bisnetos. Todo mundo quer ter uma família".

Infância

"Eu comecei a trabalhar muito pequena, com 8 anos, cuidando de uma bebezinha de 8 meses. Dava alimentação e tomava conta. Foi uma das casas em que minha avó trabalhava. Além disso, limpava arroz para meu tio vender. Também já plantei, capinei e colhi. Fui criada pela minha avó paterna, mas ela não era muito boa para mim. Ela me batia. Meu pai tinha 18 anos quando foi assassinado. Fiquei mais de 20 anos sem saber quem era a minha mãe. Só a conheci depois de estar casada e com dois filhos".

Encontros

"A vida é cheia de encontros e desencontros. Isso é maravilhoso. Encontrei várias pessoas boas no meu caminho. Algumas já não estão nem mais aqui. Não tenho medo da morte. A morte é uma continuação da vida. Acordo todos os dias às 4h30. Moro sozinha no Morro do Quadro. Faço minha comida todos os dias. Três vezes na semana também frequento a Igreja Mundial do Poder de Deus".

Empatia

Os colegas de trabalho admiram bastante o comprometimento e a personalidade de Lurdinha. "Desde que vim para cá, em 2011, foi uma das primeiras pessoas que conheci. Ela ficava na recepção. Nasceu uma empatia logo de cara porque ela sempre foi muito carinhosa e amorosa com todos, na forma de abordar e cuidar de nós. Ela é uma figura indispensável na Semas", disse o auxiliar administrativo da Gerência de Atenção à Família Bruno Rosa Valério.

Comprometimento

"A Lurdinha passa para nós toda sua experiência de vida. sempre muito carinhosa e comprometida, além de cuidar da alimentação de todos", disse a gerente administrativo da Semas, Paula Borgo.

"Ludinha é minha companheira de trabalho há 13 anos. Vivemos em altos e baixos por conta do serviço. Mas ela é meu braço direito, esquerdo e minhas pernas aqui dentro", comentou o assistente administrativo da Semas José Cláudio de Oliveira Filho.

Sabedoria

"Precisamos pedir sabedoria a Deus sempre. Porque trabalhar para o homem é honra, seja ele pobre ou rico. O jovem precisa crescer e ter sabedoria. Tudo na vida é sabedoria. O meu legado é a minha experiência de vida. A gente vai aprendendo com a vida", concluiu Lurdinha.