Prefeitura de Vitória

Pioneira na luta por direitos no bairro Resistência, dona Judite Venâncio é sempre lembrada quando o assunto é permanência e criação da comunidade. A emblemática mulher que pedia por condições justas, foi homenageada dando nome ao Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do bairro no qual batalhou por boas moradias. 

O Cras de Resistência carrega o nome de Judite Francisca Venâncio da Silva, que chegou ao local em 1983, no início da comunidade. Segundo João Batista Venâncio, filho de dona Judite, a mãe chegou ao local, que era uma invasão, quando se mudou da Ilha das Caieiras para Resistência. "Ali começou toda a luta do Bairro Resistência, no começo da invasão, ela e outras moradoras vieram para um terreno na Avenida Brasil, e fez ali um barraquinho de madeira", disse João. 

Sempre na luta, Judite participou de todos os movimentos da comunidade, trabalhando também como merendeira na primeira creche do bairro. Em seguida, atuou como merendeira na escola Ronaldo Soares, onde se tornou mais conhecida pelos membros da comunidade. 

"Ela sempre lutou por Resistência, batia a panela daqui até o Palácio Anchieta para buscar melhoria para o bairro e foi uma das fundadoras da comunidade", lembrou seu filho

Dona Judite se mudou com seu esposo e seus quatro filhos para o bairro, onde durante toda a vida participou dos movimentos de luta por melhorias no bairro. 

No início, houve muito esforço para que o bairro se consolidasse. Dona Judite e outras moradoras sempre estavam dispostas a ajudar, reivindicando água, luz e qualidade de vida. Com o objetivo de que o local crescesse ainda mais, elas mobilizaram os moradores para buscarem seus direitos. 

Segundo relatos, Judite deixou sua marca na comunidade, onde dedicou sua vida. "Ela foi uma lutadora do bairro buscando melhoria para aquela comunidade, estava presente nas reuniões e sempre lutou para o crescimento de Resistência", concluiu João.

Judite Venâncio faleceu aos 53 anos, deixando um legado de orgulho e exemplo para sua família. 

"Reconhecer e valorizar o papel de mulheres como dona Judite  que sempre se envolveu nas lutas da comunidade, é essencial para fortalecer os laços sociais e motivar futuros movimentos. Isso também preserva a história local e fortalece o senso de pertencimento da comunidade em prol dos objetivos comuns", disse a coordenadora do Cras,  Kamilla Marques.

Atualmente, o Cras Resistência atende aos moradores dos bairros Resistência, Nova Palestina e Conquista.