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Escola da Vida qualifica pessoas em situação de rua para o mercado de trabalho
Publicada em 18/01/2019, às 18h23 | Atualizada em 18/01/2019, às 18h29
Por Edlamara Conti (econtieira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Matheus Thebaldi
O sorriso de Leilane Santos do Nascimento chama a atenção de quem passa pela portaria da Câmara de Vereadores de Vitória. Há três meses, ela foi contratada para recepcionar os munícipes e orientá-los quanto à circulação no Legislativo, cumprindo as tarefas com dedicação e simpatia.
Leilane é uma das assistidas da Escola da Vida que conseguiram se qualificar, conquistar uma vaga de emprego e se reintegrar à família e à vida comunitária, superando o período em que viveu pelas ruas de Vitória.
"Trabalhar aqui é uma injeção de ânimo diária para vencer as dificuldades, assim como poder conviver com meus filhos e meu marido. Hoje vejo a vida com outros olhos. Mas é um dia de cada vez", disse.
Como Leilane, a Escola da Vida identificou vários profissionais qualificados em diferentes áreas, como construção civil, limpeza, alimentação, estética, aguardando uma oportunidade para consolidarem o processo de superação da situação de rua.
"Identificamos pessoas capacitadas para o mercado de trabalho e que desejam conquistar a reinserção profissional e a autonomia financeira", diz a secretária de Assistência Social interina, Anabel Araújo Gomes Pereira.
Funções
Veja abaixo o quadro com as funções exercidas pelos assistidos:
- Açougueiro (1);
- Ajudante de construção civil (3);
- Auxiliar de biblioteca (2);
- Auxiliar de padaria (2);
- Auxiliar de serviços gerais (6);
- Barbeiro (3);
- Cuidador de idosos (2);
- Embalador de supermercados (4);
- Estética facial (3);
- Frentista (2)
- Garçom (2);
- Mecânico de motos (1);
- Motorista (1);
- Porteiro (3);
- Recepcionista (2)
Superação
Em 2018, a Escola da Vida encaminhou 70 assistidos para processos seletivos de emprego. Desses, 40 pessoas efetivamente conquistaram as vagas de trabalho. Além disso, há vários assistidos fazendo cursos profissionalizantes em instituições como o Ifes.
A recepcionista Leilane conhece esse percurso. Depois que passou a frequentar a Escola da Vida, participou de cursos de qualificação e de palestras sobre empreendedorismo, potencial criativo e autoestima. "Participei de uma palestra sobre como as pessoas devem se comportar na entrevista de emprego, que foi importante para eu ser contratada", disse.
Ela foi acolhida no Albergue e diariamente frequentava o Centro-Pop, ambos equipamentos da rede Escola da Vida de atendimento à população de rua, ligados à Secretaria Municipal de Assistência Social. O marido dela, Nelson Rogério, também passou por um processo de desemprego e hoje atua como autônomo, na área de webdesign.
Escola da Vida
A Escola da Vida é um espaço que desenvolve e fortalece as habilidades empreendedoras das pessoas em situação de risco social com idade mínima de 14 anos atendidas pela rede de serviços da Assistência Social.
O espaço visa fortalecer a capacidade de expressão, autoconhecimento, autoconfiança, autoestima, ampliação do capital cultural, estímulo à leitura e à escrita, criatividade e interesse por novas aprendizagens, a partir de palestras sobre empreendedorismo, oficinas de projetos de vida, de criatividade, de liderança, de leitura, de palavras, rodas de conversas, além de espaços de sarau de poesias, rodas de rimas, exposições, cineclube e cursos.
Paralelo a essas atividades, o projeto faz a articulação com a rede de serviços da cidade para encaminhamento dos assistidos ao mercado de trabalho, seja como autônomos ou empregados.