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"Maria é uma missionária, aquela que leva boas novas à sua gente. Maria é uma mulher que se descreve não com palavras, mas com atitudes. Maria é uma rainha que é a cara do Brasil". Com essas palavras, o fotógrafo Genildo Coelho define Maria Laurinda Adão, a inspiração da exposição "Todas as Faces de Maria", em cartaz no Museu Capixaba do Negro “Veronica da Pas” (Mucane), no Centro, até o dia 1º de dezembro.

Em comemoração à mostra, que celebra essa figura singular da cultura afro no Espírito Santo, e ao Dia da Consciência Negra, celebrado nesta quinta-feira (20), está sendo lançado para download gratuito o catálogo da exposição, com mais de 40 fotos (algumas inéditas) e textos que, através da história de Maria Laurinda, evidenciam a importância da cultura negra para a sociedade.

Exposição

Maria Laurinda, ou simplesmente Maria, nasceu em 3 de junho de 1943, na Comunidade Quilombola de Monte Alegre, Distrito de Pacotuba, município de Cachoeiro de Itapemirim, sul do Espírito Santo. Como parteira, coveira, mestra de Caxambu, mãe de santo, líder comunitária, mãe e avó, Maria Laurinda está sempre à frente nas lutas por melhores condições de vida para sua gente.

Mãe solteira, ela enfrentou preconceito e abandono da própria família, além do desafio de criar sua primeira filha sozinha. Sem se deixar vencer pelas dificuldades, guiou-se pelos jongos de liberdade que lhe ensinaram a seguir com coragem, vencendo bravamente cada etapa da vida.

Generosa, compartilha sua experiência de vida no exercício pleno da cidadania ao participar de diversos conselhos e movimentos em favor da mulher, da luta campesina e da defesa da cultura popular. Diante das "invasões" contemporâneas, Maria Laurinda permanece firme como guardiã da cultura ancestral de sua comunidade.