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Idosos têm informações e novas atitudes com palestras sobre garantia de direitos

Publicada em 11/09/2019, às 18h44

Por Edlamara Conti (econtieira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Matheus Thebaldi


Flávio Almeida
Roda de conversa NISPI
Nispi de Santo Antônio recebeu encontro do projeto "Garantia de Direitos de Pessoas Idosas: o conhecimento como forma de proteção" (ampliar)
Flávio Almeida
Roda de conversa NISPI
Idosos participaram de dinâmicas para tirar dúvidas e obter informações acerca de variados assuntos ligados à terceira idade (ampliar)

As rodas de conversa sobre direitos das pessoas idosas realizadas nos Serviços de Convivência da Terceira Idade de Vitória estão chegando ao fim, mas as novas atitudes assumidas pelos participantes estão apenas começando.

"Já estou colocando em prática o que aprendi que é direito e estou ensinando a minha família também. Muitas vezes, as famílias falham com a gente por falta de conhecimento, nem é por maldade", disse Adenira Pereira, que participou do penúltimo encontro, realizado nesta quarta-feira (11), no Núcleo de Integração Social da Pessoa Idosa (Nispi) de Santo Antônio.

Iniciado em junho, o projeto "Garantia de Direitos de Pessoas Idosas: o conhecimento como forma de proteção", realizado pela Estácio de Sá em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), será encerrado na próxima quarta-feira (18), no Centro de Convivência da Terceira Idade (CCTI) de Maria Ortiz.

Ao todo, terão sido realizadas 14 rodas de conversas, envolvendo, em média, 40 pessoas por encontro.

Temas

O projeto foi conduzido pela professora Sátina Priscila Marcondes Pimenta, do Núcleo de Práticas Jurídicas da faculdade. Mas os assuntos foram sugeridos, por meio de dinâmicas, pelos próprios participantes.

Foram abordados: direito à prioridade de tramitação e de atendimento na Justiça; a constituição do advogado particular e do defensor público; as abrangências das Defensorias Públicas Estaduais e da União; direito das famílias e das sucessões; direitos da afetividade e solidariedade; curatela de idosos; pensão alimentícia; Reforma da Previdência, benefícios socioassistenciais; famílias multiparitais; possibilidade de redução do impostos, entre outros temas.

Proteção

"Tem muita coisa que a gente não sabe. Com essas informações, temos mais proteção, temos mais formas de resolver problemas com mais tranquilidade", disse Martina Alves Ramos, de 63 anos, que veio do bairro Grande Vitória para a reunião.

"Assim como acontece com as crianças, é dever da família e da sociedade cuidar dos idosos, proteger e dar atenção", explicou Sátina.

Ela destaca que alguns direitos foram reconhecidos recentemente, como os que envolvem as novas famílias, e ainda são pouco conhecidos ou causam alguns tipos de rejeição.

"A informação e o diálogo são as melhores ferramentas para o convívio harmonioso. Mas, em caso de violação de direitos, eles já sabem que há leis em defesa dos direitos da pessoa idosa", explicou a professora.

Vulnerabilidade

O projeto foi elaborado para intervir em uma realidade de vulnerabilidade constatada pela professora. Ela conta que, em pesquisa exploratória realizada em duas casas de repouso para idosos no Espírito Santo, foi observado que 75% dos entrevistados não recebiam visita de familiares e 34% deles indicavam o abandono afetivo e material como a causa de estarem institucionalizados.

Todos os idosos disseram não conhecer o Estatuto do Idoso nem saber que o abandono material e emocional pode gerar responsabilidades civis a seus filhos. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2016, o Brasil tinha a quinta maior população idosa do mundo.


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