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Coronavírus: Circuito Cultural doa máscaras para paneleiras e banda de congo

Publicada em 08/05/2020, às 13h03

Por Ricardo Aiolfi, com edição de Matheus Thebaldi


  • Redução das desigualdades
  • Paz, justiça e instituições eficazes

Núcleo Produtivo dos Ícones da Cultura Capixaba
Núcleo Produtivo dos Ícones da Cultura Capixaba produz máscaras de proteção para a comunidade de São Pedro
Circuito Cultural faz máscaras e promove ações visando garantir a proteção das pessoas neste momento de isolamento social

O Circuito Cultural de Vitória confeccionou e distribuiu 270 máscaras de proteção para as paneleiras de Goiabeiras e para a banda de congo Panela de Barro nesta semana.

O equipamento foi confeccionado pelo Núcleo de Artesanato e utiliza dupla camada de tecido TNT de gramatura 40g, oferecendo 80g de proteção.

Segundo a coordenadora do Circuito Cultural, Lena Cogo, o trabalho com as máscaras é uma forma de cuidar do patrimônio imaterial do Espírito Santo, que são as pessoas.

"Neste momento de pandemia, todos nós da Secretaria Municipal de Cultura (Semc), que sempre trabalhamos com o acesso à cultura popular, reforçamos nosso papel de cuidar do nosso patrimônio imaterial, que mantém toda nossa cultura viva: as pessoas. É o momento de cuidar das pessoas, garantir que elas permaneçam em isolamento e que tudo isso passe o mais rápido possível, preservando nossa cultura e as pessoas vivas", afirmou.

Segurança

A coordenadora do Núcleo Produtivo dos Ícones Capixabas e também instrutora de Artesanato, Jupiara Silva, contou que, neste momento de pandemia, começou a pensar, junto ao Núcleo de Artesanato, formas de garantir que as pessoas permaneçam em isolamento e em segurança.

"As máscaras chamam a atenção para os cuidados que devemos ter no nosso dia a dia. É uma das formas que arranjamos para chamar a atenção das pessoas para os perigos do coronavírus, ao mesmo tempo que ajudamos a trazer segurança a elas. Fico muito feliz de poder contribuir com as paneleiras e com a banda de congo, grupos que conservam uma cultura tão importante do nosso Estado", disse Jupiara.

Felicidade

A presidente da Associação das Paneleiras de Goiabeiras, Berenícia Correa Nascimento, agradeceu a doação das máscaras. "A gente troca de máscara umas quatro vezes por dia. Fico muito feliz com essa doação", conta.

A entrega atende a um pedido das paneleiras e da banda de congo Panela de Barro feito à Semc, por meio do Circuito Cultural.

Máscaras

Esta é a terceira ação do Circuito Cultural visando garantir a proteção das pessoas neste momento de isolamento social. No dia 16 de abril, foram distribuídas 600 máscaras na Ilha das Caieiras e, no dia 20, foram 400 unidades de detergente para as comunidades de Conquista e Nova Palestina. 

Paneleiras

As paneleiras retomaram um hábito de décadas atrás, antes do Galpão das Paneleiras ser construído, e voltaram a produzir as panelas de barro no quintal de suas casas.

Segundo a historiadora e coordenadora da banda Panela de Barro, Jamilda Bento, a pandemia exigiu a retomada da forma antiga da produção das panelas para garantir o isolamento social e permitir ainda que as paneleiras continuem o trabalho.

"Com isso tudo que está acontecendo, voltou a ser tudo como era antigamente. As paneleiras estão colocando suas panelas na porta de casa para vender. Vários artesãos também. Eu tenho 57 anos e nunca pensei que ia viver isso. Mas é isso. Nós vamos vencer esse vírus", conta a historiadora.

Berenícia explica que, para evitar a circulação de pessoas, recomendou que as paneleiras voltassem a trabalhar em casa. "Nós temos que nos cuidar agora para poder voltar e trabalhar com saúde", ressaltou.


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