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Ex-assistidos da Escola da Vida emocionam público no "Vi, Vivi, Venci!"

Publicada em 30/08/2019, às 18h39

Por Edlamara Conti (econtieira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Matheus Thebaldi


Elizabeth Nader
Projeto Vi Vivi Venci no auditório do Ministério Público
Pessoas que superaram a situação de rua contaram suas experiências de vida no encontro do projeto "Vi, Vivi e Venci!" (ampliar)

Emoção e esperança foram as palavras mais pronunciadas na quarta edição do projeto "Superação: Vi, Vivi, Venci!", realizado na tarde desta sexta-feira (30), no auditório do Ministério Público do Espírito Santo.

Diante de gestores e profissionais da Assistência Social da Grande Vitória, movimentos sociais e assistidos da rede socioassistencial, pessoas que superaram a situação de rua contaram suas histórias de luta contra preconceitos e dependência química e os caminhos que as levaram à reinserção social, à reconquista da dignidade e da autoestima e ao exercício pleno da cidadania.

Durante cerca de 15 anos, Patrícia Azevedo passou dias e noites pelas ruas de Vitória, sem família ou amigos. Ela mal conseguia sobreviver com os trocados que conseguia realizando trabalhos informais e sofria com a dependência química.

Atualmente, com 51 anos de idade e livre do vício, Patrícia contou sua história de superação, que começou, há dois anos, quando ela conheceu a equipe do Serviço Especializado de Abordagem de Rua da Semas.

Ela passou por serviços voltados para esse público, como o Centro-Pop, Hospedagem Noturna, Caps AD e Escola da Vida, e, há poucas semanas, conquistou o aluguel social. Patrícia e o namorado, Gladson da Rocha, moram em um apartamento em Jaburu e vivem da venda de doces.

"Sozinha, eu não conseguia sair do fundo do poço. Quando encontrei os anjos da Abordagem, do Centro-Pop e da Escola da Vida, comecei a acreditar que era possível me reerguer, deixar o vício, conseguir um trabalho e uma casa", contou.

De Macaé, Raiane Santos Silva, de 27 anos, enviou um vídeo com depoimento. "O pessoal da Abordagem Social e do Centro-Pop nos abraça, nos acolhe, nos faz acreditar que é possível dar a volta por cima. Eu sou a prova de que, com fé e força de vontade, é possível vencer", disse a cabelereira, que voltou a morar com a família na cidade de origem.

Elizabeth Nader
Projeto Vi Vivi Venci no auditório do Ministério Público
Projeto "Vi, Vivi, Venci!" foi realizado dentro da reunião ordinária do Grupo de Trabalho para População de Rua (ampliar)

Grupo de Trabalho para População de Rua

O "Vi, Vivi, Venci!" foi realizado dentro da reunião ordinária do Grupo de Trabalho para População de Rua, conduzido pelo Ministério Público e que envolve o Governo Estadual e as secretarias de Assistência Social da Região Metropolitana de Vitória.

Reinserção

Há quatro anos, durante o evento, a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) apresenta resultados da política de atendimento a pessoas em situação de rua, como reinserção familiar e comunitária, encaminhamentos para tratamento de saúde e dependência química, acolhimento e outras ações, executada por meio da Rede Escola da Vida. Neste ano, o projeto comemorou a reinserção social de 65 pessoas em Vitória, no período de junho do ano passado a julho deste ano.

Fortalecimento

"Esse evento é para unir e fortalecer todos os envolvidos na questão das pessoas em situação de rua. Estou feliz de ver essa casa lotada de gente que quer fazer a diferença", disse a promotora de Justiça Celia Lucia Vaz de Araújo.

A subsecretária de Proteção Social Especial, Anabel Araújo, lembrou a dedicação e a persistência dos profissionais da Semas. "Sabemos que o trabalho da Assistência Social é uma batalha todos os dias. Por isso, nossos profissionais têm todo o meu respeito e gratidão", disse.

A presidente do colegiado de gestores da Assistência Social da Região Metropolitana, Elcimara Loureiro, elogiou o evento e os resultados da Semas. "Estamos aqui dizendo que a política pública para pessoas em situação de rua não pode ter preconceitos nem higienismos. Queremos que a reinserção seja construída junto com o sujeito, respeitando o tempo e as especificidades dele", disse.


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