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Expectativa é grande na Ilha das Caieiras para sediar Festival da Torta Capixaba

Publicada em 16/04/2014, às 11h39 | Atualizada em 17/04/2014, às 12h44

Por Fabrício Faustini (fafaustinieira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Matheus Thebaldi


Samira Gasparini
Festival da Torta Capixaba na Ilha das Caieiras
Vendedores credenciados vão comercializar a tradicional torta capixaba na Ilha das Caieiras
Carlos Antolini
Torta Capixaba
Torta capixaba é um dos pratos mais tradicionais da culinária do Espírito Santo

A alimentação adquire características particulares durante as celebrações nos mais diversos rituais, especialmente durante comemorações coletivas e representativas. É o que vai acontecer no 10º Festival da Torta Capixaba, que será realizado na Ilha das Caieiras desta quinta-feira (17) a sábado (19), sempre a partir das 11 horas.

Além do tradicional prato, também serão oferecidos vários cardápios produzidos a partir de frutos do mar, como moqueca capixaba, mariscada, casquinha de siri e petiscos, entre outras delícias da culinária capixaba.

Há 20 anos trabalhando na Ilha das Caieiras, a aposentada da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Suely da Silva Mendes está animada com a realização do evento. Ela, que trabalha como desfiadeira de siri, oferecerá tortas de diversos tamanhos e sabor bem típico com preços a partir de R$ 10, chegando a R$ 80 o quilo.

Suely disse que tem participado de cursos nas mais diversas áreas, como atendimento ao turista, manipulação de alimentos e empreendedorismo, o que tem a motivado a trabalhar e crescer oferecendo um produto cada vez melhor elaborado.

"Esse bairro tem uma importância especial para mim e toda a comunidade. Estamos otimistas com as melhorias na região, a valorização de nossa cultura local quando há essas festividades e ao sermos ouvidos em nossas demandas por melhorias de serviços e atendimento", afirmou Suely, que prevê ter um lucro de, pelo menos, R$ 1 mil durante o festival.

Países

Após conhecer 32 países e morar em alguns deles, o empresário Daniel de Castro, 25 anos, abriu, há três anos, um restaurante na Ilha das Caieiras. Otimista com o Festival da Torta Capixaba, Daniel espera vender três vezes mais torta capixaba que em 2013. "Faltou torta ano passado, pois o público foi grande e, este ano, com as melhorias no bairro, minha expectativa é maior", comemorou.

O empresário, que também é chef de cozinha e cozinhou em restaurantes de dezenas de países, contou que a torta capixaba é um prato de sabor único, marcante na cultura local pelo significado e tradição. Segundo Daniel, a relação entre a gastronomia e o turismo decorre da atração de visitantes a destinos e atrativos bem estruturados.

"A necessidade de se alimentar é indispensável e, ao mesmo tempo, a busca por novos sabores e cores acaba favorecendo o turismo. Andei muito pelo mundo, conheci inúmeras cidades e vilarejos e escolhi e apostei investir na Ilha das Caieiras e na organização do bairro", confia o empresário, que também tinha a opção de abrir um bistrô em Nova Iorque, nos Estados Unidos.

Renda

A desfiadeira de siri Ana Cláudia de Souza mendes, de 41 anos e há 30 vivendo na Ilha das Caieiras, participa do projeto Ecobase, apoiado pela Prefeitura e que prevê, segundo a desfiadeira, a implantação de uma política de desenvolvimento do turismo do manguezal, com objetivo de gerar renda para os moradores a partir de visitas oferecidas de maneira organizada para turistas e moradores.

Ana Cláudia explicou que foi treinada com outros monitores sobre segurança de navegação, atendimento aos turistas e ecossistema manguezal. O principal objetivo, de acordo com ela, é que todos estejam qualificados para atender adequadamente os turistas, gerando, naturalmente, trabalho e renda aos envolvidos.

"Temos embarcações adequadas, turismólogos e biólogos nos orientando, passando informações atualizadas e treinamento. Tudo nos auxilia no trabalho na baía e no manguezal e nos dá segurança ao atender os turistas que também deverão prestigiar o Festival da Torta Capixaba".

Samira Gasparini
Festival da Torta Capixaba na Ilha das Caieiras
Expectativa entre comerciantes e desfiadeiras de siri da Ilha das Caieiras é grande
Paula Barreto
Manguerê
Cia. Manguerê de Artes Cênicas apresentará o espetáculo circense "Hoje tem espetáculo. Tem sim Senhor! no domingo (20)

Shows

Além das delícias oferecidas, o Festival da Torta Capixaba também terá programação cultural. No sábado (19), a partir das 12 horas, haverá show da cantora Viviane Miranda & Banda. Viviane é cantora profissional desde 1998, conhecida por seu repertório eclético e por se apresentar em diversos shows e barzinhos da Grande Vitória.

Com a ação "Curto Circuito", o Circuito Cultural fará apresentações entre as 11 e 16 horas dos núcleos de Balé, Cavaquinho, Percussão, Danças Urbanas e Capoeira. A partir das 18h30, exibirá filmes do núcleo de Audiovisual.

No domingo (20), a partir das 12 horas, a Cia. Manguerê de Artes Cênicas apresentará o espetáculo circense "Hoje tem espetáculo. Tem sim Senhor!".

Para a realização da festa, a rua Felicidade Correa dos Santos, no trecho entre a rua Amadeu Muniz Correa e a avenida Beira Mar, na Ilha das Caieiras, estará totalmente interditada desta quarta (16) a domingo (20). O trânsito será desviado pelas vias adjacentes.

Patrimônio

Segundo o secretário de Turismo, Trabalho e Renda de Vitória, Leonardo Krohling, para que algum elemento de uma cultura seja considerado patrimônio, este deve ser valorizado. Os agentes interessados devem buscar identidade e adesões com propósito definido. Ele reforçou que o lugar apresenta experiências, crenças, costumes, produções artísticos e intelectuais que merecem ter seus valores reconhecidos.

"É o resgate de um espaço, de suas representações. O Festival ganha uma expressão e enriquece toda uma região de destaque na cidade e que serve de referência aos moradores e turistas, mas que necessita de organização e planejamento contínuo", destacou Krohling.

Origens

A Ilha das Caieiras é outro belo atrativo de Vitória. Teve sua origem durante a colonização. O local servia de movimentação comercial para desembarque de mercadorias que chegavam do interior. Seu nome tem sua história ligada à produção artesanal de cal e ostra que era feita ali.

A fábrica foi responsável pelo grande número de pessoas que chegaram para trabalhar no início do século 20. As ostras eram catadas, lavadas e jogadas num grande forno. Uma camada de lenha para outra de ostras. Em sacas, era levada por canos ao Porto de Vitória.

No local, diversos restaurantes foram erguidos pelos moradores em suas próprias residências, para oferecer aos visitantes a culinária tradicional capixaba.

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