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Patrulha Maria da Penha vai passar a visitar as vítimas de violência doméstica

Publicada em 22/03/2017, às 07h00

Por Vinícius Yungtay, com edição de Matheus Thebaldi


Yuri Barichivich
Lançamento do Botão do Pânico em Vitória
Agentes que atuam na Patrulha Maria da Penha vão realizar visitas a mulheres beneficiadas pelo Botão do Pânico

Os agentes da Guarda Civil Municipal de Vitória que participam da Patrulha Maria da Penha vão ampliar o serviço de atendimento às mulheres beneficiadas pelo Botão do Pânico. Agora, além de atender aos chamados do equipamento, eles vão realizar visitas de atenção às vítimas de violência doméstica.

O projeto "Visita de Atenção" é uma parceria com o Centro de Atendimento às Vítimas de Violência e Discriminação (Cavvid) e poderá ser ampliado para atender outras mulheres atendidas, mesmo aquelas que não são beneficiadas pelo Botão do Pânico.

A iniciativa muda a forma de atuação da Patrulha Maria da Penha em Vitória, que, apesar de exitosa, era apenas reativa e não tinha qualquer contato com as mulheres antes dos acionamentos. A alteração tem como objetivo humanizar o atendimento, ampliar o caráter preventivo do programa e, até mesmo, melhorar a busca pela localização exata da vítima.

"Entendemos que o projeto 'Visita de Atenção' será mais uma ação conjunta que irá contribuir para a diminuição dos índices de violência contra a mulher no município", disse o coordenador da Guarda Civil Municipal, Rafael Barcelos, responsável pela Patrulha Maria da Penha.

Rotina das vítimas

Divulgação Semsu
Reunião Botão do Pânico
Representantes da Guarda Municipal e da Semcid estiveram reunidos para discutir implantação do projeto "Visita de Atenção"

Um dos pontos mais importantes para o atendimento do Botão do Pânico é a agilidade na prestação do socorro. Muitas vezes, as mulheres estão fora das suas residências quando apertam o aparelho, o que pode dificultar a localização por parte dos agentes. O tempo de reação dos agentes, desde o momento do acionamento até a chegada ao local da vítima, é de nove minutos, mas os agentes já relataram dificuldades para encontrar as vítimas em algumas ocasiões.

Por esse motivo, saber a rotina delas tornou-se crucial para agilizar o socorro e chegar a tempo de preservar a integridade física das beneficiadas pelo programa, de acordo com o gerente do Videomonitoramento de Vitória, Fabiano Pimentel.

"O botão possui um GPS interno que nos dá a localização geográfica da vítima, mas, mesmo assim, sempre há uma margem de erro que pode nos atrapalhar. Um simples muro, que pode aparecer bem onde há a indicação, pode ajudar a confundir e nos tirar minutos preciosos. O GPS também não apresenta a altura do local, o que pode se tornar um fator complicador em um prédio comercial, por exemplo. Como saber em qual sala estará a vítima? Sabendo a rotina delas, diminuímos significativamente o tempo de busca", explicou.

Rede de proteção

A gerente de Políticas de Promoção de Gêneros da Secretaria Municipal de Cidadania e Direitos Humanos (Semcid), Lorena Padilha Pereira, diz que a medida é um aperfeiçoamento da rede de proteção às vítimas, facilitando o enfrentamento da violência. Dessa forma, as beneficiadas passam a atuar de forma ativa em prol da sua própria segurança.

"A primeira visita ocorrerá na entrega do botão e, depois, pode vir a ser até semanal, dependendo da gravidade da situação. O local e o horário também serão definidos com a vítima, para que ela se sinta protegida. Pode ser na residência, no trabalho, onde for mais importante para ela", disse.

A cada visita de atenção, os agentes atualizarão as informações por meio de um questionário, que está sendo desenvolvido conjuntamente pela Secretaria Municipal de Segurança Urbana (Semsu) e pela Semcid.


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