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Praça Costa Pereira recebe ação para alertar população sobre trabalho infantil
Publicada em 23/02/2017, às 19h05 | Atualizada em 24/02/2017, às 17h45
Por Patrícia Arruda, com edição de SEGOV/SUB-COM
Quem passou pela praça Costa Pereira, no Centro, na tarde desta quinta-feira (23), conferiu as atividades do CarnaPETI, que teve como objetivo sensibilizar a população para o enfrentamento e a erradicação do trabalho infantil. A ação contou com paródias das tradicionais marchinhas de Carnaval, apresentações teatrais, exposição de cartazes e muita diversão para a garotada.
O autônomo Cláudio Rodrigues, 44, aprovou a iniciativa. "É muito importante ações para chamar a atenção da população de como o trabalho infantil prejudica o futuro da criança. As crianças precisam e têm o direito de brincar, estudar e divertir-se e de oportunidades de um futuro melhor. Estão todos de parabéns pela iniciativa".
Quem também aprovou a iniciativa foi Elias Franklin de Oliveira, 32. "Vi a movimentação aqui na praça e aproveitei para trazer minha filha para participar. Esse tipo de movimento faz o cidadão refletir melhor sobre o tema. O País está passando por uma situação muito complicada e, mais do que nunca, mesmo diante das dificuldades, os pais e responsáveis precisam entender que o trabalho não é coisa para criança".
O adolescente Jhosafa Silva, 15, está no 1º ano do ensino médio. Ele revelou que, apesar das dificuldades, os pais sempre o incentivaram a estudar. "Meu pai só tem a 5ª série e sempre me mostrou que, para ser alguém na vida, é preciso ter estudo. Ele teve que trabalhar muito cedo e não teve oportunidade de estudar. Estou me dedicando para poder proporcionar um futuro ainda melhor para a minha família".
O CarnaPETI é uma realização do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), por meio da Gerência de Média Complexidade da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), e integra as ações do Projeto de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). A iniciativa contou ainda com o apoio do projeto Núcleo Afro Odomodê, ONG Avalanche e da Escola de Samba Unidados da Piedade.
Levantamento
Segundo levantamento realizado em 2016 pela Fundação Abrinq, no Brasil, são mais de 3,3 milhões de crianças e adolescentes - de 5 a 17 anos - em situação de trabalho infantil. "O trabalho infantil é uma das violações de direitos que colocam a infância e a adolescência em risco constantemente, tendo em vista a vulnerabilidade a que os mesmos são expostos quando exercem atividades laborativas", destacou a assistente social Meyrieli de Carvalho.
Segundo a gerente de Média Complexidade da Semas, Marciléa Soares, no mês de janeiro, o serviço identificou no município 31 crianças e/ou adolescentes em trabalho infantil. "Ao todo, temos cerca de 60 famílias em acompanhamento nos Creas. Além de realizar os encaminhamentos, ao longo de todo ano, realizamos diversas ações de conscientização no intuito de sensibilizar a população para denunciar o trabalho infantil, que deve ser combatido de maneira enfática", disse.
O Creas é responsável pela oferta de orientação e apoio especializados e continuados a indivíduos e famílias com seus direitos violados. Ele é responsável por fomentar e conduzir as ações do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil em Vitória, integrando diversas políticas públicas no enfrentamento e erradicação do trabalho infantil.