Notícias

Pinturas históricas inéditas são encontradas no restauro da Fafi

Publicada em 01/02/2017, às 14h10

Por Danielly Campos, com edição de Matheus Thebaldi


Divulgação Sedec
Pinturas parietais encontradas no restauro da Fafi
Pintura parietal, que é uma antiga forma de decoração do século XX, foi encontrada durante restauração da Fafi
Divulgação Sedec
Pinturas parietais encontradas no restauro da Fafi
Arquiteto Tito Vinales faz a montagem do lambri europeu, que é um revestimento interno de parede de madeira trabalhada

Uma bela surpresa para a cidade de Vitória e turistas que promete levar mais visitantes ao Centro Histórico. Duas pinturas parietais, uma das mais antigas formas de decoração e muito usada por artistas até o século XX, foram encontradas na restauração da Escola Técnica Municipal de Teatro, Dança e Música (Fafi).

Durante o processo de prospecção, os restauradores encontraram duas pinturas nas salas de dança, que, agora, estão sendo recuperadas e estendidas para todo o ambiente. Outra novidade, além dessas pinturas, é o restauro de um grande lambri europeu, um revestimento interno de parede de madeira trabalhada, cujas peças são encaixadas sem utilização de pregos.

A montagem é um grande quebra-cabeças, o que exige um trabalho minucioso e demorado, segundo o arquiteto chileno Tito Vinales, que possui mais de 35 anos de restauro em 12 países. "Desmontamos conjuntos de cada parede e fizemos marcações para conseguirmos montar após o restauro das peças que apresentaram problemas. É um trabalho que está sendo executado há quatro meses com muito cuidado", afirmou.

Reforma

A reforma da Fafi está em andamento desde junho de 2015. Ela inclui o restauro completo da edificação, com a recuperação do ladrilho hidráulico do piso dos corredores, madeiramento das salas de aula, revisão das partes elétrica e hidráulica, instalação de equipamentos de ar-condicionado, implantação de elevador panorâmico e banheiros adaptados para promoção de acessibilidade.

Para a secretária de Desenvolvimento da Cidade, Lenise Loureiro, essa é uma importante intervenção que promete deixar o Centro ainda mais charmoso.

História

Construído no governo de Florentino Avidos, o prédio foi inaugurado em 25 de novembro de 1926 para ser do "Grupo Gomes Cardim". O arquiteto tcheco Joseph Pitlick, que veio ao Brasil para a exposição internacional de Arquitetura no Rio, foi o construtor.

Nessa época, a arquitetura da capital era baseada em referências europeias. O edifício é, sem dúvida, uma das construções que melhor podem contar histórias referentes aos costumes, modo de vida e mesmo das pessoas não só da capital, como também de todo Estado.

Em 1943, o Grupo Gomes Cardim deu lugar ao Colégio Estadual. Em 1957, passou a abrigar a Faculdade de Filosofia (Fafi), responsável pelo desenvolvimento cultural da capital. Nela foram realizados congressos, diversas exposições, as primeiras peças de teatro de arena e até museu.

Durante a ditadura, a Fafi sediou o Serviço de Identificação da Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo, órgão de repressão que trabalhava em descontinuidade com os valores que a faculdade defendia. Com o fechamento em 1976, o edifício ficou abandonado.

Em 1987, a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) vendeu o prédio para a Prefeitura de Vitória. Em 1991, a Fafi passou por uma restauração dos seus elementos decorativos e pela imunização do madeiramento.

Em 1998, ela reabriu para funcionar como escola de arte, passando a se chamar Escola de Teatro e Dança da Fafi. Em 2003, o edifício passou por um novo processo de restauração interna. Na época, não foi realizada a prospecção nas paredes por carência de profissionais qualificados. Em 2004, a fachada sofreu restauração completa. No ano de 2008, a cobertura foi reformada.

Divulgação Sedec
Pinturas parietais encontradas no restauro da Fafi
Divulgação Sedec
Pinturas parietais encontradas no restauro da Fafi

Voltar ao topo da página