Prefeitura de Vitória

Como parte da programação do aniversário de 26 anos do Museu Capixaba do Negro “Verônica da Pas” (Mucane), acontece neste sábado (25), a partir das 15 horas, uma série de ações educativas que pensam o museu a partir de sua memória, sua arquitetura e seu acervo.

Uma exposição resgata parte da vida e da obra de Verônica da Pas, médica que dá nome ao museu, um olhar sobre a história do prédio por meio da sua arquitetura e um resgate de uma das exposições do acervo.

"As pesquisas apresentadas, sobre arquitetura, acervo e Vigília Cultural, fazem parte do processo de manutenção e difusão da memória do museu e das personagens fundamentais para sua formação e manutenção. O Mucane é um espaço que traduz um referencial de conquistas, formulação e fomento de políticas públicas, além de assegurar a memória através das diversas linguagens artísticas", disse a coordenadora do espaço, Thaís Souto Amorim.

Exposição de fotografias sobre vida e obra de Verônica da Pas

A exposição apresenta registros da Vigília Cultural, no ano de 1995, ano simbólico para a população negra, pois são rememorados os 300 anos da morte de Zumbi dos Palmares.

O evento foi coordenada por Maria Verônica da Pas, coordenadora do museu na época, no intuito de movimentar o prédio, que estava numa condição física degradante.

Estarão expostas 30 fotos no hall do museu. Além das imagens, acontecerá um bate-papo sobre o período. "Será realizada uma partilha de memórias, através de uma roda de conversa com algumas pessoas que fizeram parte e conduziram atividades na Vigília Cultural, registrada nas fotografias que estão expostas", explicou Jaiara Dias, acadêmica do curso de Ciências Sociais na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e coordenadora da atividade.

A exposição reafirma a luta e a resistência desse projeto de Verônica da Pas. "Essa exposição tem uma importância histórica potente. É a oportunidade de saber quem veio antes a esse espaço e como se deu essa organização de artistas, intelectuais negras e instituições de movimentos negros organizados em prol da consolidação e da reforma de um museu que promovesse o protagonismo de corpos negros com suas narrativas e subjetividades", explicou Jaiara.

Apresentação da construção/arquitetura do Museu Capixaba do Negro

A ação apresentará ao público um olhar sobre o museu, fazendo um passeio pelo Mucane, por meio de uma visita guiada, passando desde o levantamento do prédio e a relação com o entorno até os dias de hoje, com a efetivação do espaço após a sua ocupação. A cronologia foi estabelecida por meio de documentos e imagens, além dos relatos orais de quem viveu o espaço.

"Meu intuito é levantar a questão de como podemos reescrever o nosso passado tanto material e imaterialmente com as nossas perspectivas atuais para um futuro melhor", explicou Daniel Amazonas, acadêmico do curso de Arquitetura na Ufes e responsável pela pesquisa.

Apresentação do acervo do Museu Capixaba do Negro

O público vai poder conferir parte de uma das exposições mais emblemáticas do museu, "Todas as Faces de Maria", de 2014.

Estarão expostas seis fotografias do trabalho original, em que os mediadores contarão um pouco da história de Maria Laurinda Adão, líder comunitária, mãe de santo, coveira, parteira, militante de vários movimentos sociais, além de mãe e avó, de seu papel social na Comunidade Quilombola de Monte Alegre, Distrito de Pacotuba, município de Cachoeiro de Itapemirim.

Essa ação é coordenada por Karenn de Amorim e Souza, Jaiara Dias Soares, Daniel Amazonas Dos Santos e Nadine Luiza da Silva Vieira, membros da equipe responsável pelo educativo do Museu.