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Mostra Cultural dos Cajuns: alunos com deficiências demonstram talento e alegria

Publicada em 13/11/2017, às 07h00

Por Edlamara Conti (econtieira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Matheus Thebaldi

Com a colaboração de Júlio Barros


Leonardo Silveira
Crianças com deficiência que são exemplos de superação
João Vitor já é o destaque da coreografia que a turma de dança do Cajun Bonfim vai apresentar na Mostra Cultural
Leonardo Silveira
Crianças com deficiência que são exemplos de superação
José Carlos faz dança, pratica capoeira, disputa os jogos e ainda faz aulas de música no Cajun Santo André

Eles cumprem uma rotina de estudos, aulas de dança, capoeira, esportes e artesanato, uma agenda mais cheia do que a de grande parte das crianças. E nem parece que eles têm sérias limitações físicas. João Vitor Batista Cunha, Natália Correa Alves, José Carlos dos Santos Gomes da Silva e Fernanda Araújo Rosa são participantes dos Cajuns assíduos e empolgados e, ainda, espalham alegria e superação todos os dias para os professores e colegas.

João Vitor

João Vitor tem 12 anos de idade, começou a participar do Cajun Bonfim este ano e já é o destaque da coreografia que a turma de dança vai apresentar na Mostra Cultural, no dia 12 do próximo mês. "Dançar é muito divertido e bom para mim. E tudo o que a gente gosta de fazer a gente faz sem cansar, vencendo as barreiras. Aqui eu tenho me desenvolvido mais", disse.

Para a turma, conduzida pelo facilitador Dayvison Vasconcelos, João Vitor é apenas mais um integrante, interagindo com todos os colegas e com as mesmas responsabilidades. "Fizemos a coreografia para viabilizar a participação dele com destaque, para mostrar que todos têm capacidade. Mas nos ensaios e no dia a dia, ele está completamente inserido na turma, sem diferenças", disse o professor, conhecido como "Rainha".

João Vitor é mesmo muito animado. Nos próximos dias 21 a 24, ele vai representar o Espírito Santo na 11ª edição das Paralimpíadas Escolares, em São Paulo, reunindo 944 atletas de todos os estados brasileiros - a maior competição escolar do planeta. Ele é jogador de bocha, esporte que pratica no Clube Álvares Cabral.

José Carlos

No Cajun Santo André, José Carlos, de 11 anos, faz dança, pratica capoeira, disputa os jogos e ainda faz aulas de música (canto). A limitação é congênita e foi descoberta quando ele tinha apenas 3 anos. "Ele chegou aqui só na cadeira de rodas. Ele era triste, vivia entre nossa casa, onde ele passava mais tempo na cama, e o hospital", contou a mãe, Tatiana dos Santos.

"Eu gosto de estudar e de fazer tudo o que os outros meninos fazem, igualzinho. Acho que não tem muita diferença mesmo", diz José. "A alegria de viver dele e a vontade de superar as dificuldades são impressionantes. Os colegas também quase não veem as limitações dele", disse a coordenadora da unidade, Clisiane dos Santos.

No mesmo Cajun, os irmãos João Victor, de 9 anos, e Maria Eduarda, de 8 anos, também participam das atividades.

Leonardo Silveira
Crianças com deficiência que são exemplos de superação
Apoiada apenas em muletas, Natalia, sempre alegra, ama capoeira e dançar no Cajun Bela Vista
Leonardo Silveira
Crianças com deficiência que são exemplos de superação
Fernanda, com seu jeito tímido de ser, faz artesanato no Cajun de Nova Palestina
Meninas poderosas

Natalia tem a natureza comunicativa, alegre e dinâmica. "Ela é pra frente mesmo", disse a professora de dança do Cajun Bela Vista Lorena da Silva Nascimento. Natália entrou para o Cajun há dois anos, quando ainda dependia da cadeira de rodas para se locomover.

"Tia, não precisa se preocupar comigo. Eu subo e desço escada na minha casa", disse para a professora, que queria ajudá-la nos degraus para a quadra, onde ela foi brincar de queimada com as amigas.

Apoiada apenas em muletas, Natalia ama capoeira e dançar. Já está ensaiando a coreografia no ritmo do hip-hop, que é o preferido dela, para a Mostra Cultural, que acontecerá no dia 8. Para as coleguinhas, Natalia não tem limite e vence qualquer desafio com dedicação.

Já Fernanda, de 15 anos, tem a natureza mais reservada e quieta. "Estou ficando menos envergonhada depois que entrei para o Cajun. Antes, eu não queria sair de casa", conta a mocinha, que perdeu a visão e os movimentos das pernas aos 9 anos de idade, por causa de um tumor no cérebro. Hoje, ela dança, toca violão e faz artesanato no Cajun de Nova Palestina, do qual participa desde o ano passado.

Vaidosa, não sai de casa sem maquiagem e o cabelo muito bem arrumado. "Ela começou modelando flor, animal, que são atividades mais tranquilas. Agora, está muito mais esperta e feliz e não falta às aulas de jeito nenhum", conta a mãe, Luzinete Duarte Araújo.

Mostra Cultural

Depois de meses de treinamentos e ensaios, os cerca de 1,7 mil crianças e adolescentes que participam das oficinas culturais e esportivas dos Cajuns estão prontos para a temporada 2017 de Mostras Culturais, que vai até o dia 19 de dezembro. As apresentações acontecerão em todas as 13 unidades do projeto, que reúne pequenos de 6 a 15 anos de idade.

Leonardo Silveira
Crianças com deficiência que são exemplos de superação
Alunos ensaiam para as apresentações da Mostra Cultural dos Cajuns
Leonardo Silveira
Crianças com deficiência que são exemplos de superação
Diversão toma conta dos pequenos durante os ensaios

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