Notícias
Independente de Boa Vista retrata a saga do povo cigano e busca a quarta estrela
Publicada em 19/02/2017, às 04h11 | Atualizada em 22/02/2017, às 15h51
Por Marcus Monteiro (mmonteiroeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de SEGOV/SUB-COM
Tricampeã do Carnaval capixaba, a escola Independente de Boa Vista empolgou o público desde o primeiro minuto do desfile, na madrugada deste domingo (19). A escola, que busca o quarto título, trouxe para a avenida o mundo místico, musical e exótico do “Povo das Estrelas”, o povo cigano que carrega na bagagem sua extensa cultura.
Durante 70 minutos, os foliões desfilaram muita alegria e garra em busca do tetracampeonato. O carnavalesco Peterson Alves contou a história do povo cigano, cuja saga começou provavelmente na Índia, passando pela Pérsia, toda a Europa, até chegar ao Brasil poucas décadas após o descobrimento.
Tudo contado em 20 alas, dispostas em cinco grandes setores, cada um deles iniciado por um carro alegórico representando a vida, o misticismo e a magia do povo cigano.
O samba enredo “Sob a luz do luar, guiada pelas estrelas... Boa Vista em alma cigana, opatcha!” contava a saga do povo cigano, tendo como intérprete o presidente da escola, Emerson Xumbrega, e os compositores Diogo Nogueira, Ciraninho de Castro, Emerson Xumbrega, Bid do Cavaco, Sidney Mingau, Leandro Fregonesi e Rafael dos Santos.
A comissão de frente representou os rituais do povo cigano, que nas noites de luz, ao redor das fogueiras, convidam para descobrir os segredos da vida e da alma cigana. O carro abre-alas “Caravana da Ilusão” anunciou a chegada da alegria à passarela do samba.
Hungria, Rússia, Espanha, Portugual, Índia e Egito foram lembrados como pousadas deste povo. Mitos, profissões, arte, musicalidade, poesia e literatura representados ao longo do desfile das alas. A habilidade dos ciganos em diversas funções também fizeram parte do enredo: ourives, músicos, dançarinas, artistas circenses, feiticeiros e negociantes foram as principais representações.
Samba-enredo
"Na palma da mão eu leio o destino,
Na palma da mão vou te revelar,
Lá vem Boa Vista em alma cigana,
O povo vai cantar.
Brilhou a luz do luar,
Proteja Santa Sara cada chão,
Por onde passar a peregrinar,
A grande caravana da ilusão,
No Oriente nasceu esse povo valente,
Foi perseguido e não perdeu a identidade,
Andanças pelo velho continente,
Escravizados pela liberdade,
Bateu castanhola no tom da magia,
Tocou a viola de Andaluzia,
É carta, é ouro,
É bola de cristal,
Tem festa amor, é Carnaval.
Dança cigana,
Roda gira, gira em volta da fogueira,
Costumes e heranças,
Esse mistério chega as terras Brasileiras,
É a magia está no meu olhar,
Pelas estrelas eu vou me guiar,
Sigo na fé em cada oração,
Hoje em nossa tenda a voz do samba ecoou,
Venho mostrar o meu valor ooo!
Opatchá! A minha águia chegou."