Prefeitura de Vitória

Com mais de uma hora de antecedência para o início do Mutirão de Saúde do Idoso, dona Marilza Bernadina Oliveira, de 68 anos, chegou à Unidade de Saúde (US) Arivaldo Favalessa, em Alagoano. Ela foi a primeira a ser atendida pelas equipes que estavam de prontidão na manhã desta terça-feira (13), quando foram atendidos 115 idosos.

"Venho sempre à unidade, gosto de me cuidar. Fiquei sabendo desse mutirão e vim mais cedo. Faço sempre exercícios físicos e estou gostando do que estou fazendo hoje", contou dona Marilza.

Circuito

O que tanto chamou a sua atenção foi passar por uma metodologia de atendimento interdisciplinar em circuito, desenvolvida pelo médico Edgar Nunes de Moraes e que está sendo aplicada em diversos estados.

Os idosos receberam orientações sobre direitos, prevenção de quedas, uso de medicamentos e alimentação saudável e também aprenderam a fazer sachês aromáticos e escalda-pés.

Acompanhamento

Quem também chegou cedo foi dona Odete, de 81 anos, moradora de Alagoano. Com um sorriso largo, ela participou das 11 estações propostas pela metodologia do atendimento. Foi identificada, pesou, avaliou a velocidade da marcha, fez avaliação de necessidades em saúde bucal e tantos outros procedimentos.

E dona Odete não estava sozinha. Ela foi acompanhada de suas filhas Raquel de Oliveira e Schirley de Oliveira, de 53 e 40 anos, respectivamente. Indagadas sobre o porquê estavam acompanhando a mãe naquele dia, explicaram que é dever fazer isso.

"Ela ainda é independente, mas sentimos a necessidade de sempre acompanhá-la. Ela sempre cuidou de nós, chegou a hora de retribuirmos. Ela faz acompanhamento médico de rotina incentivada por nós. Ela é muito forte, mesmo depois de ter passado por um AVC há cinco meses, é superdisposta e mais animada com a gente", disseram as irmãs.

Diagnóstico

Segundo a coordenadora de Saúde do Idoso da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), Sandra Bissoli, a partir do mutirão, o município se capacita para atender cada vez mais a pessoa idosa.

"Vamos estratificar os riscos de saúde de cada idoso e, de acordo com cada avaliação, vamos encaminhar para consultas e dar as devidas orientações. Teremos um diagnóstico preciso de vulnerabilidade clínico-funcional de cada um deles. Isso é importante para podermos atender esse idoso de maneira integral e multiprofissional, fazendo o seu acompanhamento".

Pioneirismo

Vitória foi a cidade pioneira no Espírito Santo a realizar esse mutirão, tornando-se referência para a Região Metropolitana na criação da rede de atenção integral à saúde da pessoa idosa. A capital foi escolhida como referência para a formação dos profissionais da Grande Vitória por já oferecer os serviços necessários para implantação do projeto.

Quem recebeu o mutirão foi a US de Alagoano, que conta, em seu cadastro, com cerca de 1 mil idosos. O diretor da unidade, Rodrigo dos Santos Scarabelli, explicou que os profissionais se mobilizaram e abraçaram o evento.

"Desde os agentes comunitários de saúde, com a entrega dos convites aos idosos, até os demais profissionais que fizeram o atendimento e a aplicação da metodologia no idoso, todos se mostraram envolvidos. O evento teve uma ótima aceitação da comunidade e, assim, profissionais e usuários entenderam a importância desse ciclo de vida", disse.

Planificação

O Mutirão de Saúde da Pessoa Idosa também faz parte do processo de Planificação da Atenção à Saúde no Espírito Santo e em Vitória. Esse processo é coordenado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e envolve diversos municípios capixabas.

A planificação é um instrumento de gestão que possibilita a organização da atenção à saúde a partir da gestão das condições de saúde da população, através da capacitação dos profissionais e da transformação dos processos de trabalho.

Após essa etapa, as ações desenvolvidas em Vitória serão compartilhadas e difundidas nos demais municípios do Estado por profissionais de diferentes cidades do Espírito Santo que participarão do mutirão como observadores.

Idosos no ES

Os idosos no Espírito Santo representam 13,6% da população capixaba, sendo que 11,5% têm entre 60 e 79 anos e 2% estão acima de 80 anos. O Estado apresenta a segunda maior expectativa de vida do País: 78 anos.