Notícias

Fumacê nas ruas para combater mosquitos comuns e Aedes aegypti

Publicada em 20/03/2018, às 12h20

Por Milene Miguel, com edição de Matheus Thebaldi


André Sobral
Carro Fumacê em ação nas ruas de Vitória
Na técnica FOG, a liberação do inseticida ocorre em forma de vapor, gerado pelo aquecimento e ressonância da calda, formando a "névoa" branca

Com o objetivo de combater os mosquitos na capital, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus), através do Centro de Vigilância em Saúde Ambiental (CVSA), realiza diariamente a aplicação de inseticida espacial (fumacê).

Devido ao aumento no número de mosquitos Aedes taeniorhynchus e Aedes scapularis na região continental e nos bairros adjacentes, a Semus intensificou as ações para minimizar o incômodo dos moradores. Além disso, o CVSA está reforçando a aplicação de larvicida biológico em charcos, valas e bueiros e mobilizando a comunidade para o controle de criadouros de insetos.

Itinerário com a técnica FOG

Na noite da última segunda-feira (19), o fumacê passou por Jardim Camburi e, nesta terça (20), fará aplicação no bairro Mata da Praia, das 19 às 23 horas. Os próximos bairros a receber a técnica são: Goiabeiras, Boa Vista, República, Morada de Camburi, Maria Ortiz, Jabour, Solon Borges, Segurança do Lar e Antônio Honório, nestas quarta (21) e quinta (22). 

O trabalho é realizado com a técnica de termonebulização, também chamada de "FOG". Nesse procedimento, a liberação do inseticida ocorre em forma de vapor, gerado pelo aquecimento e ressonância da calda, formando a "névoa" branca característica do fumacê.

"A termonebulização apresenta maior flexibilidade de uso, podendo ser utilizada em maior número de situações, tais como controle de mosquitos em galerias ou situações de 'nuvens' de mosquitos. Além disso, em função da técnica ser 'a quente', a névoa gerada é mais leve e apresenta maior dispersão no ambiente, sendo mais indicada para trabalhar controle de populações de mosquitos no extradomicílio, tais como mosquitos comuns e silvestres", explicou o diretor do CVSA, Rogério Almeida

Itinerário com a técnica Ultra Baixo Volume (UBV)
André Sobral
Carro Fumacê
No controle do Aedes aegypti, o fumacê utiliza o UBV, diluindo o inseticida em óleo vegetal, o que resulta em pouca fumaça

A aplicação com a técnica UBV Pesado foi realizada nos bairros Santa Lúcia e Santa Luiza, na madrugada desta terça-feira (20). À noite, os bairros Joana D’arc e São Cristóvão serão contemplados, das 19 às 22 horas.

A técnica consiste em aplicação de inseticida em Ultra Baixo Volume (UBV), em gotículas que devem possuir entre 10µ e 25µ de diâmetro, que apresenta um odor característico, mas pouca visibilidade, formando uma névoa fina direcionada para os imóveis.

O objetivo é que os quarteirões sejam envoltos com a névoa para que o inseticida entre na casa das pessoas. "É a técnica mais adequada para o controle do mosquito Aedes aegypti, que tem seus criadouros predominantemente no interior dos imóveis", esclareceu Rogério.

Diferenças de mosquitos

Os mosquitos das espécies Aedes taeniorhynchus e Aedes scapularis são nativos do nosso litoral. Eles se assemelham muito ao Aedes aegypti por também possuírem manchas brancas em suas patas. No entanto, as duas espécies de mosquitos comuns no verão não transmitem os vírus da dengue, zika e chikungunya.

Outra diferença é que, enquanto o Aedes aegypti costuma ficar escondido dentro de casa, os mosquitos comuns se encontram em qualquer ambiente e apresentam comportamento mais agressivo e insistente pelo seu alvo, atacando muitas vezes em bandos. 

Por isso, as técnicas de uso do fumacê também são diferentes para cada mosquito. No controle do mosquito comum, o fumacê utiliza um termonebulizador e dilui o inseticida em óleo mineral, provocando uma névoa branca. Já no controle do Aedes aegypti, o fumacê utiliza o UBV, diluindo o inseticida em óleo vegetal, o que resulta em pouca fumaça.

As normas de aplicação e aquisição dos produtos químicos na quantidade ideal para serem pulverizados são estabelecidas pelo Ministério da Saúde, com objetivo de não colocar em risco a saúde da população.


Voltar ao topo da página