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Escola da Vida: Vitória debate ações metropolitanas para população de rua
Publicada em 07/06/2017, às 18h54
Por Edlamara Conti (econtieira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de SEGOV/SUB-COM
As ações e serviços da Prefeitura de Vitória para transformar a vida de pessoas em risco social estão contemplados no Protocolo de Atendimento à População de Rua da Região Metropolitana. O documento foi elaborado, ao longo de dois anos de discussões, por equipes técnicas e gestores dos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica, Ministério Público e pessoas em situação de rua. O texto será validado no próximo dia 23.
"Vitória contribuiu com as ações e experiências acumuladas, principalmente, a partir da criação da Escola da Vida, em 2013. O espaço cumpre toda a pauta estipulada pela Política Nacional de Atendimento à População de Rua, e já temos vários casos de pessoas que deixaram as ruas, ganharam mais dignidade e começaram uma nova vida", disse a secretária municipal de Assistência Social, Iohana Kroehling.
A secretária apresentou o texto do protocolo no evento "Diálogos Rede Gazeta - Moradores de Rua", realizado nesta quarta-feira (7), no auditório da empresa de comunicação. O debate reuniu jornalistas da rede que abordaram o tema em reportagens para TV, rádio e jornal impresso, além dos prefeitos de Vila Velha, Max Mauro, Serra, Audifax Barcelos, e Cariacica, Juninho. Além disso, participaram do painel representantes dos moradores de rua e integrantes de projetos voltados para o atendimento dessa população.
Articulação entre municípios
A secretária municipal de Cidadania e Direitos Humanos, Nara Borgo, também acompanhou o debate e garantiu que o evento foi muito importante. Segundo ela, foi possível evidenciar ainda mais a necessidade de uma articulação metropolitana para a garantia dos direitos humanos das pessoas em situação de rua.
Nara pontuou ainda a necessidade da manutenção de um diálogo permanente com os movimentos sociais. "A Semcid vem se reunindo sempre com os movimentos de pessoas em situação de rua e com outras secretarias municipais para desenvolver cada vez mais ações voltadas para garantir os direitos dessas pessoas", disse.
Questão metropolitana
Apesar das ações de cada município, a integração metropolitana vai contribuir muito para o enfrentamento dessa questão, segundo a secretária. "Com o Protocolo de Atendimento, os municípios que ainda não cumprem a Política Nacional terão que se adequar. Quem não tem abrigo vai ter que criar; quem não tem equipe de abordagem social vai ter que criar, e assim por diante", disse.
Redução
A secretária Iohana lembrou que havia, em Vitória, mais de 700 pessoas em situação de rua em 2013. "Reduzimos esse número em 70% já no primeiro ano. Hoje, temos 241 pessoas nas ruas, mas todas elas são acompanhadas diariamente, recebem atendimento em saúde, encaminhamentos para cursos e empregos e uma série de serviços que visam à superação dessa situação".
A secretária ressaltou que os moradores de Vitória podem esclarecer suas dúvidas ou solicitar serviços diretamente pelo Fala Vitória 156.
Escola da Vida
A Prefeitura de Vitória atua por meio de uma rede de serviços para mudar a vida de pessoas que estão em situação de rua, chamada Escola da Vida. Criada em 2013, a escola possibilitou a superação de dezenas de pessoas em risco social que conseguiram vencer as dificuldades e estão reinseridas no convívio social e no mercado de trabalho.
O Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas) realiza abordagens diárias às pessoas em situação de rua, e algumas dessas pessoas estão referenciadas no Centro de Referência Especializado de Assistência Social para População em Situação de Rua (Centro Pop), onde podem higienizar-se, alimentar-se e recebem atendimento psicossocial, além de poderem frequentar oficinas.
O trabalho do Seas consiste na tentativa de convencimento tanto para adesão ao Centro Pop quanto para inserção nas políticas públicas com encaminhamento para as áreas de saúde, documentação e outros serviços da rede.
Também é ofertado tratamento para dependência química no Centro de Atenção Psicossocial. Há ainda a equipe do Consultório na Rua, que também realiza atendimentos nos locais e acompanhamento das questões de saúde dessa população. A rede de acolhimento ainda conta com abrigo, albergue, casa lar, casa república e hospedagem noturna.
O trabalho da Abordagem Social não é de retirada da população da rua, mas um trabalho que tem como finalidade a superação da situação de rua. O serviço pode ser acionado via 156 e funciona, inclusive, aos sábados, domingos e feriados.