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Escola da Vida inaugura Biblioteca Carolina Maria de Jesus com 2 mil livros

Publicada em 22/06/2017, às 17h20

Por Edlamara Conti (econtieira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Josué de Oliveira


Foto Divulgação
PROJOVEM participando da construção da Biblioteca Carolina Maria de Jesus na Escola da Vida
Integrantes do ProJovem ajudando a construir a biblioteca Carolina Maria de Jesus

A mais nova biblioteca da cidade será inaugurada nesta sexta-feira (23), às 10h30, na Escola da Vida. A Biblioteca Carolina Maria de Jesus já conta com cerca de 2 mil livros e foi criada para estimular a leitura pelas pessoas assistidas na escola e em situação de rua. Além disso, vai sediar diálogos com escritores, oficinas e possibilitar trocas de conhecimento.

O espaço foi criado em parceria com a Faculdade de Direito de Vitória (FDV) e o nome é uma homenagem à escritora, ex-catadora, que revelou seu talento registrando o dia a dia dos catadores em cadernos e livros que encontrava no lixo.

Para marcar a inauguração, o poeta Diego Cavaleiro Andante vai lançar o livro “DI’VERSOS SOMOS TODOS”, com textos produzidos pelas pessoas atendidas no Centro de Referência Especializado de Assistência Social para População de Rua (Centro-Pop) de Vitória. A antologia poética foi produzida em oficinas de escrita criativa conduzidos pelo poeta. "É sempre um grande aprendizado poder dividir a poesia. É dividindo a poesia que ela se multiplica", diz.

Carolina Maria de Jesus

A escritora ganhou renome ao publicar, em 1960, o livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada. O livro ganhou quatro edições, com mais de 100 mil exemplares vendidos, foi traduzido para 13 idiomas e vendido em mais de 40 países.

Mas a história dela começa muito antes, em 1914, ano em que nasceu, em uma comunidade rural de Sacramento (MG), onde predominava o analfabetismo. Carolina frequentou a escola apenas dos sete aos nove anos de idade, mas foi o suficiente para aprender a ler e a escrever.

Com 23 anos, migrou para São Paulo e garantiu a subsistência catando lixo. Construiu sua própria casa usando madeira, lata, papelão e o que mais encontrasse. Mas quando encontrava cadernos e livros, Carolina guardava-os para ler e escrever em suas páginas.

Começou a escrever sobre seu dia a dia de catadora e moradora em favela,, descrevendo fatos políticos e sociais que via, mostrando como o desespero pode levar pessoas boas a trairem seus princípios para conseguir sobreviver. Morreu em 13 de fevereiro de 1977, deixando quatro livros publicados em vida e outras quatro obras póstumas. Além disso, deixou 58 cadernos que somam 5.000 páginas de texto, ainda inéditos.


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