Notícias
Consultora do BID visita Vitória para conhecer projeto Botão do Pânico
Publicada em 07/07/2015, às 17h51
Por Patrícia Arruda, com edição de Matheus Thebaldi
O projeto Botão do Pânico, voltado para mulheres vítimas de violência doméstica com medida protetiva em Vitória, já se tornou referência em todo o país. Nesta terça-feira (7), a consultora do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) Lúcia Lamounier esteve na capital para saber mais sobre o projeto, que é pioneiro no Brasil.
Pela manhã, a consultora se reuniu com as equipes da Secretaria Municipal de Cidadania e Direitos Humanos (Semcid), Guarda Municipal e Instituto Nacional de Tecnologia Preventiva (INTP) e viu a simulação de tudo que acontece a partir do momento em que o dispositivo é acionado pela vítima. Além disso, ela conheceu os resultados do projeto e, à tarde, visitou a Central de Videomonitoramento da Guarda Municipal.
"Minha visita tem como objetivo reunir informações para o BID sobre o desenho institucional legal adotado nas cidades que desenvolvem o projeto Botão do Pânico. Vitória está de parabéns! Fiquei muito encantada com o trabalho que vem sendo realizado e em ver como a cidade conta com uma rede de enfrentamento à violência contra mulher muito bem estruturada", disse.
Como funciona
Cada mulher que recebe o botão é orientada a acionar o dispositivo sempre que se sentir ameaçada pelo agressor. Para evitar o toque acidental, a mulher deve segurar o equipamento por três segundos, até que o botão possa ser disparado e o sinal seja enviado à Central de Videomonitoramento da Guarda, que recebe as coordenadas do local onde o dispositivo foi acionado e, prontamente, envia a Patrulha Maria da Penha para realizar o atendimento à vítima.
Além de receber a localização exata do dispositivo, enviada pelo GPS, a Central de Videomonitoramento inicia a gravação do áudio ambiente. A gravação é armazenada em um banco de dados, ficando à disposição da Justiça.
Os agentes da Patrulha Maria da Penha também recebem por meio do smartphone a localização da vítima via GPS e as fotos da solicitante, o que facilita a rápida visualização em ambientes abertos, sobretudo em locais de grande movimentação.
Câmeras
Nos espaços públicos, a Central de Videomonitoramento conta ainda com 142 câmeras distribuídas em toda a cidade, o que amplia as chances de visualização dos envolvidos, além de identificar possíveis rotas de fuga do acusado de descumprimento da medida protetiva.
Patrulha
A Patrulha Maria da Penha conta com quatro viaturas, e cada uma das equipes carrega um smartphone do projeto, que é acionado assim que a vítima aciona o botão.
Acionamentos
Desde sua criação, em abril de 2013, os botões já foram acionados 18 vezes. Imediatamente após o acionamento, os agendes da Patrulha Maria da Penha localizaram o agressor em até 10 minutos e realizaram 12 detenções.
Tecnologia
O Botão do Pânico é um projeto piloto lançado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo (TJ-ES) em parceria com a Prefeitura e tem como objetivo reduzir os altos índices de violência contra as mulheres registrados na capital. O Instituto Nacional de Tecnologia Preventiva (INTP) também é parceiro, sendo o responsável por viabilizar os dispositivos e o software que permite a visualização da vítima no mapa e as informações necessárias para os agentes em campo.